Habitualmente três a quatro meses antes do parto, os pais procuram informação sobre a utilidade das células estaminais do sangue e tecido do cordão umbilical. De forma resumida, estas são as considerações que deve ter em conta segundo a médica Marika Bini Antunes:

1- O sangue do cordão umbilical é rico em células estaminais hematopoiéticas e, por isso, constitui uma fonte alternativa no transplante de doenças hemato-oncológicas, algumas leucemias e linfomas, patologias hematológicas hereditárias (talassemias por exemplos) e alguns distúrbios hereditários do metabolismo.

2- A medula óssea e o sangue periférico mobilizado são fontes tradicionais de células estaminais para os transplantes hematopoiéticos.

3- O sangue do cordão é utilizado como fonte de progenitores hematopoiéticos essencialmente em crianças e mais raramente em adultos. Isto deve-se ao número mais reduzido de células nucleadas e progenitores hematopoiéticos no sangue de cordão, sendo que o número de células a transplantar é calculado também em função do peso do doente.

4- A maioria de amostras utilizadas em transplantes hematopoiéticos provenientes de bancos privados foi aplicada como dádiva dirigida em transplantes relacionados, ou seja, a amostra de um irmão saudável foi utilizada para tratar o irmão doente. Por este motivo os bancos privados são muitas vezes apelidados de bancos familiares.

5- A utilização das amostras de sangue de cordão do próprio indivíduo para tratar distúrbios hematológicos é muito rara. Este tipo de utilização define-se “transplante autólogo”.

6- A criopreservação do tecido do cordão Umbilical poderá ser utilizado, em caso de necessidade e se houver indicação, como coadjuvante na transplantação hematopoiética.

7- Estudos de investigação estão em curso para averiguar a eficácia e segurança de células derivadas do sangue e tecido de cordão umbilical (células mesenquimais) no tratamento de patologias como a diabetes tipo I, a paralisia cerebral infantil resultante de complicações hipóxico-isquémicas no parto e o autismo, entre outras.

Resumidamente, podemos afirmar que a criopreservação do sangue e tecido do cordão umbilical em bancos familiares deve ser ponderada pelos pais, tendo presente tanto a potencialidade futura, como as limitações destes produtos biológicos.

A nossa recomendação é que os pais recolham o máximo de informação possível, visitem bancos de sangue do cordão, coloquem as suas dúvidas aos profissionais e confrontem tudo isto com a informação recolhida.

As recomendações são da médica Marika Bini Antunes, especialista em Imuno-hemoterapia, diretora clínica do laboratório Bebé Vida.