A atriz e cantora Simone de Oliveira, que esta quarta-feira, 11 de fevereiro, completa 77 anos idade, escolheu a data festiva para revelar publicamente que foi vítima de violência doméstica, às mãos do seu primeiro marido, quando era ainda muito jovem.

“Tinha 19 anos, estava casada há muito pouco tempo, quando fugi. Fugi porque não era aquilo que eu queria. Não sabia bem o que queria, mas sabia que não era aquilo…”, contou Simone de Oliveira a Hernâni Carvalho, numa conversa informal que hoje foi transmitida no programa “Queridas Manhãs”, da SIC.

“Aconteceram coisas muito graves, como bater-me, quase tentar matar-me. Não era o que eu tinha visto na casa dos meus pais e dos meus avós e por isso resolvi fugir dali. A primeira vez que me bateu foi muito mau, a segunda vez foi muito mau, a terceira vez foi muito mau e à quarta vez eu disse: ‘Não posso ficar aqui, porque com o meu feitio, daqui a uns tempos, vou ser eu afazer alguma coisa que não quero fazer’…”

A cantora deixou o marido e procurou refúgio em casa dos pais: “Do momento em que comprei o bilhete de comboio até chegar a Alvalade a casa dos meus pais, não me lembro de nada. Existe um enorme buraco negro na minha cabeça. Só me lembro de estar no quarto dos meus pais e de lhes contar tudo, tudo… A minha mãe ficou muito mal, esteve doente durante seis meses e eu pensava: ‘Se a minha mãe morrer agora, eu mato-o!’…”

Este primeiro casamento de Simone durou apenas três meses. No processo de divórcio, a cantora apresentou como testemunhas algumas pessoas que tinham presenciado as agressões, mas quase todas preferiram seguir o ditado “entre marido e mulher, ninguém mete a colher”.