O que é feito de si, Tiago? Não o temos visto...
Continuo em Nova Iorque, onde estou a estudar há três anos. Estou cá de férias e volto no final de Agosto. Tenho mais um ano de estudo pela frente e depois logo se vê.
Como está a ser essa experiência?
Inacreditável, não há palavras. Quer pela cidade em si, pois Nova Iorque era um mito que correspondeu às minhas expectativas, quer pelo que estou a aprender no curso de representação/acting no The Neighborhood Playhouse. Estou a adorar, está a ser muito produtivo.
Tem tido contacto com actores portugueses em Nova Iorque?
Neste momento estou a viver com o Francisco Froes, que também fez os "Morangos com Açúcar" comigo e estamos a estudar juntar juntos.
Conta ficar por Nova Iorque?
Não sei. Conto ficar por lá enquanto as coisas forem correndo bem. Quando deixar de gostar, volto. trabalhar cá. Mas, neste momento, a minha prioridade é estudar.
Teve alguma bolsa para estudar em Nova Iorque?
Se tive financiamento? Tive. Tenho que agradecer aos meus pais... (risos).
E os seus pais têm ido visitá-lo?
Por acaso não. Tenho vindo eu cá mais vezes, no Natal, ou aos fim-de-semana, quando há alguma coisa especial.
O Tiago passou por uma experiência traumatizante quando foi agredido numa discoteca, há três anos...
Passei. Mas felizmente está tudo terminado. A sentença foi lida no final de Junho e o agressor foi condenado. Teve de pagar uma multa ao Estado, uma indemnização pelos danos patrimoniais, daquilo que tive de pagar em tratamentos e pelos trabalhos que perdi, e outra por danos morais.
Teve de se cruzar mais alguma vez com o agressor?
Só nas oito sessões do julgamento que começou em Maio e acabou no final de Junho. Foi um alívio para toda a minha família. Agora é um capítulo encerrado, felizmente acabou.
Como foi ver de frente a pessoa que o prejudicou dessa maneira?
Não vou dizer que me é indiferente. Custa-me vê-lo, principalmente porque continuo sem saber quais foram as motivações. O que mais me custava quando olhava para aquela pessoa era tentar perceber por que é que aquilo tinha acontecido. Ele, se calhar, também não tinha a noção de tudo o que implicou para ele e para mim próprio.
Ainda hoje não sabe as razões? Foi uma motivação pessoal?
Acho que foi um acidente azarado para o lado dele. Julgo que ele não estava à espera que tivesse as implicações que teve e que fosse tão grave como foi. Independentemente disso, ele fez o que fez, e as coisas têm as suas consequências. Não sei se teve motivações pessoais nem perco tempo a pensar nisso.
Sente que foi feita justiça?
Sinto. De algum modo a vida dele ficou afectada, como ele afectou a minha. Não tenho nenhum sentimento de vingança nem quero o mal dos outros.
Este acidente impulsionou a sua ida para Nova Iorque?
Sim. Na altura não podia sequer trabalhar, pela forma como tinha a cara e achei que estava na altura de aproveitar e apostar na minha formação.