Matilde Jacob subiu ao palco do 'The Voice Portugal' em 2021 e, desde então, alavancou a sua carreira como cantora. A artista, que já lançou duas músicas - 'Ouvi Dizer' e 'Lua Cheia' - ainda está no início da sua caminhada, contudo, garante que se sente completa e pronta para receber desafios de braços abertos.

Sempre gostou de cantar?

Sempre cantei. O meu avô materno, o meu primo e a minha avó paterna também sempre gostaram muito de cantar e de tocar guitarra.

Também cresci numa altura em que a Disney lançou a 'Hannah Montana' e em que o Justin Bieber estava a começar e eu pude acompanhar o crescimento deles. Cantava muito as músicas deles no quarto e divertia-me.

E já dava espetáculos para a família nessa altura?

Já dava. Depois mais tarde comecei a ser convidada pelos meus professores para cantar nas festas de fim de ano e acabou por ir acontecendo assim. O primeiro concurso em que participei foi na minha cidade, em Moura. Foi um convite do meu avô materno para cantarmos o 'Menina Estás à Janela'. Foi giro e ganhámos. Aí é que comecei a sentir a experiência do palco e a ganhar mais gosto pela música.

Há todo um trabalho por trás e uma vida para além do que passa na rádio ou nas plataformas digitaisPensava que podia fazer disto carreira antes de participar no 'The Voice'?

Sempre tive o objetivo de tirar um curso e de ir para a faculdade, mas depois de participar no 'The Voice Portugal' nunca imaginei que podia fazer da música vida. Há todo um trabalho por trás e uma vida para além do que passa na rádio ou nas plataformas digitais. Neste momento tento conciliar a faculdade e a música, sempre com o foco de poder fazer da música a minha vida. É o lugar em que me sinto mais feliz e que me completa.

Chegou a ter aulas de canto?

Antes de ir para o 'The Voice' e quando vivia em Moura tive aulas de canto no Conservatório durante um ano. Entretanto comecei a ter aulas com o CC (Carlos Coincas), que continuam até hoje.

Quem é que teve a ideia de se inscrever no 'The Voice'?

Sempre olhei para o 'The Voice' como algo que queria fazer, mas nunca achei que seria a altura certa. Fui um bocadinho influenciada pela vontade da minha família, dos meus amigos. Como queria tanto pensei: 'se esta não é a altura certa, quando será?'. E pronto, acabei por ir.

O que é se sente quando se sobe àquele palco?

Existe sempre aquela ansiedade e nervosismo, mas como é uma coisa que eu queria muito e para o qual também tinha trabalhado, acabei por ir na esperança de que acontecesse alguma coisa, mas sem criar grandes expectativas.

Lembro-me que na primeira vez que subi ao palco das 'Provas Cegas' para o primeiro e único ensaio foi uma sensação muito boa. Cheguei ao carro e disse: 'pai e mãe, sinto-me tão bem em cima deste palco'. Foi uma experiência muito gira.

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Escolheu Aurea como mentora. Era ela que já queria ou tinha outro nome em mente?

Acho que iria escolher um mentor com o qual me identificasse mais em termos de trabalho. Tinha dois mentores na cabeça, nunca pensei que pudesse acontecer tanta coisa e alterei completamente o que tinha pensado. Naquele momento o meu coração disse que era a Aurea que tinha de escolher e foi uma caminhada muito bonita. Ainda hoje mantemos o contacto.

Entretanto, conseguiu assinar um contrato com uma editora. Como surgiu a oportunidade?

Através do meu manager conseguimos assinar um contrato com a Vidisco que também se mostrou muito interessada. Gosto muito de trabalhar com eles, é uma equipa excelente.

Um dos seus temas chama-se 'Lua Cheia'. Porquê este nome?

É para suscitar curiosidade aos ouvintes. Foi um nome que surgiu de forma muito natural. Já o 'Ouvi Dizer' é uma música mais biográfica, tem por trás aquele romantismo de que gosto muito.

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Tem reservas quanto ao seu futuro na música ou está de coração aberto para o que vier?

Gosto de acreditar que tudo aquilo que tiver de aparecer, aparece por uma razão. A música é onde me sinto feliz e completa. Gosto de olhar para a música como algo bom que preenche a minha vida. A vida é uma correria e temos de aproveitar o que nos faz felizes. É isso que estou a tentar fazer. Claro que nem sempre é tudo um mar de rosas, mas acho que faz parte e temos de encarar as situações como elas são, sem criar grandes expectativas, gosto de ser surpreendida.

A necessidade de haver tanto trabalho, confesso. Foi alvo que me surpreendeu, mas não pelo lado negativo Houve alguma coisa em particular que neste início de carreira a surpreendesse?

A necessidade de haver tanto trabalho, confesso. Foi alvo que me surpreendeu, mas não pelo lado negativo. É mais como uma aprendizagem e eu gosto de trabalhar. Como nunca tinha pensado fazer da música a minha vida, quando comecei a olhar para essa situação tinha de estar a par de tudo. Claro que influencia as horas de sono, ou o tempo que temos para fazer tudo durante o dia. Mas ainda não houve nada que olhasse e julgasse mau, é tudo uma aprendizagem.

Que curso está a tirar?

Estudo Ciências Farmacêuticas, mas esta era a minha segunda opção, porque o meu objetivo era conseguir ser médica pediatra, mas infelizmente não consegui. Agora tento conciliar as duas coisas e vamos ver no que dá.

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