Como foi que a sua carreira artística começou?
Comecei a fazer uns pequenos trabalhos como modelo aos 15 anos para ganhar algum dinheiro para as minhas coisas, porque o meu objectivo era acabar o curso de Sociologia.

Então como é que aparece nos “Morangos com Açúcar”?
Foi a minha agência que me desafiou a ir ao casting, já estava no último ano da faculdade, o que acabou por ser muito bom porque assim não me distraí nada.

Não ficou surpreendida com o convite?
Claro que fiquei. A minha primeira reação foi dizer que não, que não queria nada daquilo. Mas insistiram comigo e acabei por ir e fui logo selecionada para fazer uma personagem dos Morangos de Verão. Tinha 23 anos.

Achava que aquele era um trabalho pontual, que não teria continuidade?
Fiquei muito surpreendida quando logo a seguir me voltaram a chamar para fazer “Ninguém como Tu”, onde fazia de filha da Alexandra Lencastre. Aí é que eu percebi que era isto que eu queria mesmo fazer.

Deu para perceber melhor como se construía uma personagem até porque estava a trabalhar com grandes atores.
É verdade, nos Morangos aquilo era tudo tão novo para mim que nem me apercebi bem do que estava a fazer. Só na novela é que aprendi muita coisa e me dei conta do trabalho de ator, por isso me deu tanto prazer fazer.

Depois nunca mais parou…
A seguir fiz o “Inspector Max”, e depois passei pela apresentação no “Top+”, e também tive uma rubrica no “Factor M”, um programa que passava aos sábados de manhã. Adorei a experiência, assim como adorei experimentar as sitcoms, que é outro género mais difícil, ainda mais porque estava a trabalhar com atores com muita experiência nesta área, e também fiz teatro, uma comédia também, no Teatro Independente de Oeiras.

Pelo meio foi fazendo algumas formações ou é tudo intuitivo?
Fiz alguns workshops de representação e apresentação, mas onde tenho aprendido tudo o que sei é a trabalhar.

Até já experimentou o cinema.
Fiz algumas curtas-metragens e também uma longa. Depois continuei o meu percurso nas novelas em “Podia Acabar o Mundo”, e, agora, “Espírito Indomável”, onde fiz uma empregada. Normalmente faço personagens pérfidas e sofisticadas, e esta era o oposto: uma rapariga simples, que estava bem com a vida, muito alegre e divertida. Foi um desafio muito giro.

As emoções dessas personagens vão-se buscar onde?
Àquilo que se vive, àquilo que se observa, às próprias emoções e àquilo que vamos vivendo na nossa vida. E também ao que vemos os outros fazer porque se aprende imenso a observar.

Quando faz estas personagens malvadas, como reagem as pessoas na rua?
A Tininha, como é muito boazinha, está a surpreender-me. As pessoas agora querem falar mais e dar beijinhos, enquanto nas outras personagens ficavam mais distantes: viam, olhavam, comentavam, mas não falavam comigo.

Tem alguém ligado a esta actividade na sua família?
Não, mas a minha decisão foi muito bem recebida.

Quem é o seu maior fã?
É a minha mãe.

Estudou em Lisboa?
Sim. Licenciei-me em Sociologia na Lusófona.

Tem amigos desse tempo?
Não tenho muitos, mas os que tenho são muito antigos. Tenho amigas da primária, do liceu e da faculdade.

Qual é o seu maior sonho?
Gostava que as coisas continuassem a acontecer como tem acontecido até aqui. Se assim fosse seria muito bom. Tenho deixado as coisas fluir de uma forma natural e é isso que eu quero: o que tiver de ser, será. Não faço grandes planos.

Gostava de ser mãe?
Claro que sim. Gosto muito de crianças e desde muito cedo que sonho com isso. Por enquanto vou-me deliciando com os meus sobrinhos.

Quando está de férias, viaja ou fica por cá?
Viajo e escolho normalmente países quentinhos, com água quentinha, sol e fruta tropical. Também gosto de cidades, mas como são mais acessíveis, visito-as de carro, por isso acabo por ir para destinos mais exóticos e longínquos para descansar.

Qual é a sua maior qualidade?
Ser muito alegre.

E o maior defeito?
Ser pessimista.

Um hobby?
Tenho vários: adoro andar de bicicleta, ir para o ginásio, gosto de passear de carro e de cozinhar.

Cozinha o quê?
Tudo, e adoro cozinhar para os meus amigos. A primeira vez normalmente sigo a receita, a partir daí, invento. Gosto de fazer pratos diferentes todos os dias.

Faz tratamentos de beleza com regularidade?
Quando posso, venho duas ou três vezes por semana à clínica iCare, nas Twin Towers, fazer tratamentos de manutenção com o equipamento Vela Shape, drenagens linfáticas e tratamentos de sudação.

Também tem cuidados com a alimentação?
Tenho alguns. O meu principal cuidado é comer bem.

Vê televisão?
Vejo pouca coisa. Espreito as novelas e praticamente só vejo documentários e telejornais.

Vai ao teatro?
Vou bastante.

É dançarina?
Adoro dançar, é uma coisa que me faz mesmo feliz, mas cá nunca danço porque não vou para as discotecas. Só danço quando vou de férias, aí é que eu danço até cair para o lado…

Qual é a sua cor preferida?
Tenho muitas, mas gosto especialmente de rosa e verde água.

A vida tem de ter cor?
Tem de ter cor, amigos, família, saúde, amor, alegria e felicidade.

(Texto: Palmira Correia)