Tony Bennett morreu no passado dia 21 de julho, aos 96 anos, e esta segunda-feira foi novamente recordado por Lady Gaga. Apesar da diferença de idades de 60 anos, os dois artistas mantinham uma grande relação de amizade e gravaram dois álbuns juntos.

"Vou sentir falta do meu amigo para sempre. Vou sentir falta de cantar com ele, gravar com ele, conversar com ele, estarmos no palco juntos", começou por escrever a cantora, numa mensagem emocionada.

"Com o Tony pude viver a minha vida num túnel do tempo. Eu e o Tony tínhamos esse poder mágico. Nós transportávamo-nos para outra era, modernizámos a música juntos e demos-lhe uma nova vida, como uma dupla de cantores. Mas não foi encenado. A nossa relação era muito real. Claro que ele me ensinou sobre música, sobre a vida no showbiz, mas também me mostrou como manter o meu ânimo elevado e a minha cabeça no lugar. 'Em frente', dizia ele. Era um otimista, acreditava num trabalho de qualidade e numa vida de qualidade. Além disso, havia a gratidão... o Tony sempre foi grato. Ele serviu na Segunda Guerra Mundial, marchou com Martin Luther King Jr. e cantou jazz com os maiores cantores e músicos do mundo", continuou a cantora.

"Há muito tempo que luto pela perda do Tony. Tivemos um adeus muito longo e poderoso.
Embora houvesse seis décadas entre nós, ele era meu amigo. O meu amigo de verdade. A nossa diferença de idades não importava - na verdade, deu a cada um algo que nenhum de nós tinha com a maioria das pessoas. Viemos de dois momentos diferentes da vida totalmente inspirados", escreveu ainda, antes de falar sobre a doença de Alzheimer, que atingiu o cantor há alguns anos.

"Perder o Tony para o Alzheimer foi doloroso, mas também foi muito bonito. Uma era de perda de memória é um momento tão sagrado na vida de uma pessoa. Há um sentimento de vulnerabilidade e um desejo de preservar a dignidade. Tudo o que eu queria era que o Tony se lembrasse do quanto eu o amava e do quanto eu era grata por tê-lo na minha vida. Mas, à medida que isso desaparecia lentamente, eu sabia que, no fundo, ele estava a partilhar comigo o momento mais vulnerável da sua vida - estar disposto a cantar comigo quando a sua natureza estava a mudar tão profundamente. Eu nunca vou esquecer esta experiência. Nunca vou esquecer o Tony Bennett", continuou, deixando depois alguns conselhos.

"Se eu pudesse dizer algo ao mundo sobre isto, diria para não menosprezarem os mais velhos, não os deixem para trás quando as coisas mudarem. Não vacilem quando se sentirem tristes, apenas sigam em frente, a tristeza faz parte. Cuidem dos mais velhos e prometo que aprenderão algo especial. Talvez até mágico. E prestem atenção ao silêncio - algumas das trocas mais significativas que tive com o meu parceiro musical não tiveram nenhuma melodia", completou a cantora.