O rapper norte-americano Kanye West, que assumiu o nome de Ye, pediu desculpa à comunidade judaica, na terça-feira, um ano depois de comentários antissemitas que provocaram indignação e encerraram contratos comerciais lucrativos entre o músico e marcas como Adidas.

"Peço sinceras desculpas à comunidade judaica por qualquer indignação causada pelas minhas palavras ou ações. Não foi minha intenção ofender ou desrespeitar e lamento verdadeiramente qualquer dor que possa ter causado", escreveu o músico no Instagram, em hebraico, a poucos dias do lançamento do seu novo álbum 'Vultures', em 12 de janeiro.

A declaração foi recebida com cautela pela Liga Anti-Difamação (ADL), um importante grupo americano que luta contra o antissemitismo.

"As ações falarão mais alto do que as palavras, mas este primeiro ato de contrição é bem-vindo", comentou a associação.

No outono de 2022, Kanye West, que diz sofrer de transtorno bipolar, fez diversos comentários antissemitas.

Numa entrevista há um ano, o rapper disse afirmou que "devemos parar de insultar os nazis o tempo todo. (...) Eu amo os nazis".

Pouco antes, o rapper tinha exibido a frase 'White Lives Matter' durante um desfile em Paris, contrapondo o nome do movimento antirracista 'Black Lives Matter'.

Kanye West também foi jantar em casa de Donald Trump na presença de um supremacista branco.

O músico viu então a sua conta no Twitter suspensa por "incitação à violência", após a publicação de uma imagem representando uma suástica entrelaçada com uma estrela de David - a sua conta foi entretanto reintegrada pela rede social que se tornou X.

Paralelamente, a marca de roupa Adidas decidiu encerrar a colaboração com o artista, um dos mais bem-sucedidos no mundo da moda, nomeadamente com a coleção de ténis Yeezy. A rede americana de pronto-a-vestir Gap e Balenciaga também cortaram relações com o músico.

Ele escreveu em março que ver o ator Jonah Hill no filme '21 Jump Street' o fez "amar os judeus novamente".

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