Manuel Luís Goucha recebeu na quarta-feira, 22 de novembro, no seu programa na TVI, Marluce Silva, ex-companheira de Carlos Cruz. A convidada lembrou um dos processos mais mediáticos de sempre em Portugal, o escândalo de abusos sexuais Casa Pia - no qual o antigo apresentador de televisão esteve envolvido.

"Aquilo magoou muito porque eu sabia que era tudo mentira. Sabia que era maldade. Sabia que era inveja. Sabia que muita gente estava a ganhar dinheiro nos jornais e revistas à custa daquilo", reflete Marluce, não considerando que Carlos Cruz foi um bode expiatório, mas que foi alvo de "vinganças".

"O Carlos era muito duro e correto com o trabalho dele", indica, sublinhando que este não dava oportunidades no pequeno ecrã a qualquer pessoa, o que gerou inimigos.

Outro dos aspetos que deixou Marluce magoada foi o facto de todos aqueles que considerava serem seus amigos, e que frequentavam a sua casa, se terem afastado. Esta descreve que as "cartas com convites" para eventos deixaram de surgir, assim como telefonemas. Ainda assim, agradece por outras pessoas que apareceram no meio do 'turbilhão' e com as quais construíram relações de amizade.

Quanto ao processo, Marluce considerou: "Acho que hoje em dia 90% acreditam na inocência dele, pelo que vejo, o que sinto, o que leio, eu acho que sim". Na sua visão, as investigações foram de tal forma aprofundadas que trouxeram uma "descredibilidade" ao caso.

Recorde-se que o escândalo de abusos sexuais rebentou a 23 de novembro de 2002, após uma investigação da jornalista Felícia Cabrita, divulgada pelo Expresso e por uma reportagem da SIC.

Carlos Cruz, considerado à época 'senhor televisão', foi o arguido mais mediático. Saiu em liberdade em 2016.

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