Ricardo Quaresma foi o convidado do programa ‘Alta Definição’, da SIC, este sábado, dia 4, onde confessou ser muito vaidoso. “Às vezes sou pior do que as mulheres”, começou por dizer.
Dá muita importância à sua imagem e gosta de sair de casa “cheiroso”. Define o seu estilo como sendo “louco”.
Mas não foi para falar só sobre da sua vaidade que Daniel Oliveira o convidou. O jogador também falou dos momentos difíceis da sua vida.
Quando era mais novo, diziam-lhe que tinha “muito talento, mas não ia conseguir chegar onde muitos conseguiram chegar”. No entanto, foi isso que lhe deu força para continuar a lutar por aquilo que ambicionava. “Quando me criticam é quando eu mais mostro que estão enganados”.
Ao longo da sua vida, perante o olhar dos outros era sempre o culpado. Por exemplo, “se a equipa perdesse era o Ricardo que jogava mal”, mas isto não acontecia só no mundo do futebol. Na escola, o craque português era olhado “de maneira diferente”.
“Há muita gente que diz que não há racismo mas infelizmente há pessoas que ainda olham muito a isso. Quando algo acontecia na escola ou fora da escola, se eu tivesse presente, não sei se me culpavam, mas que olhavam para mim de maneira diferente, olhavam. Por ser cigano, por isto, por aquilo. Não me diziam, mas eu sentia”, contou dando um exemplo de uma ação injusta pela qual foi dado como culpado. “Uma vez estava na escola e desapareceu algo de um colega meu e os pais de alguns miúdos começaram logo a dizer: ‘De certeza que foi o cigano’. Eu dizia que não, que não tinha nada a ver com aquilo e depois mais tarde veio a verdade ao de cima e perceberam que eu não tinha nada a ver com aquilo”.
Estes preconceitos fizeram de Ricardo uma pessoa “desconfiada”. Sabe que a primeira impressão que transmite é de ser uma pessoa “arrogante”, mas quando o conhecem percebem a pessoa que é.
Tem orgulho em ser cigano e nos pais que tem. Apesar de “nunca ter experimentado nada”, a má fama ficou sempre presente na sua vida. “Nunca experimentei nada, nunca fumei, nunca bebia álcool, nem tenho vontade de o fazer, e no mundo do futebol tenho a fama de muita coisa. Mas lá está, como sou cigano e vim de um bairro tenho essa fama. Porque a fama é fácil de ganhar, mas difícil é tirar-ta de cima”.
Quaresma é pai de Ariana, Ricardo e Kauana.Ama muito os seus pequenotes e garante que eles não vão passar por aquilo que passou na sua infância. “Nem que eu desse a volta ao mundo, mas os meus filhos não vão passar nem metade. Se Deus quiser, não vão precisar de viver dentro de um bairro, e ver tanta coisa como eu vi. Vou ser um pai que vou falar com os meus filhos de tudo. Quero ser um pai aberto para os meus filhos, seja do que for, quero que eles venham falar comigo. Vou estar sempre ao lado deles”, disse.
Ama-los a todos por igual e se tiver que dar a vida por qualquer um deles, dá sem pensar duas vezes. “Se tivesse que morrer por um deles, morreria sem problema nenhum”, remata.
Atualmente, o Ricardo joga noBesiktas e na Seleção portuguesa.
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