“Estou em fase de recuperação, tive alta no dia 31 de maio e o médico recomenda que vá tentando, gradualmente, fazer a minha normal”, disse Carlos do Carmo ao Sapo Lifestyle, esta semana, na sua primeira saída social após ter sido operado a aneurisma na aorta, em fevereiro.

“Fiquei completamente imobilizado, não conseguia sair da cama, dependia de terceiros para o banho e para me vestir. Foi muito duro, muito violento, mas tudo correu sem dramas. Desta vez, também fui muito disciplinado, coisa que não costumo ser, e cá estou.”

Presente na plateia da 14ª Gala do Fado Carlos Zel, realizada no Casino do Estoril, na noite de quarta-feira, 17 de junho, o único fadista português a ganhar um Grammy contou que, apesar da fragilidade do seu estado de saúde, desta vez, não chegou a temer pela vida.

“Estive à beira da morte há 15 anos, quando fui operado ao coração, cheguei a levar a extrema-unção e a insignificância que nós somos ficou muito clara na minha cabeça. Desta vez, o que vi foi o terror no olhar da minha mulher e dos meus filhos, o que não foi nada bom conselheiro. Mas mantive-me sereno. Se esta fosse a minha hora, seria…”, revelou o artista.

Por conselho médico, Carlos do Carmo vai, agora, passar a “cantar menos”, mas não irá abandonar os palcos: “O médico disse-me que, devido à maneira como canto e como me entrego, uma hora de palco é uma brutalidade para o meu coração. Então estou a pensar cantar apenas uma vez por mês”.

O primeiro concerto após a operação de fevereiro será já no dia 28 de junho, em Paris, onde será agraciado pelo município francês com uma medalha de mérito, notícia que deixou o fadista português “muito sensibilizado”.

Apesar do “desaceleramento forçado” em termos profissionais, o fadista poderá continuar a manter as suas rotinas sem grandes restrições: “Tenho que beber muita água, que é uma coisa que faço há muitos anos; tenho que caminhar, o que é uma chatice porque sou muito preguiçoso; tenho de fazer uns exercícios respiratórios diários e continuar a fazer a minha vida normal”.