A Associação SORRIR tem como missão promover e salientar a importância de sorrir para a saúde, não pela ausência de doença, mas enquanto bem-estar físico, mental e emocional.

O movimento O MAIOR SORRISO DO MUNDO nasce em 2013 para reforçar esta mensagem e representa alegria, amor, saúde e bem-estar.

Figuras públicas e empreendedores aderiram à causa e partilharam os seus testemunhos. Conheça a história de Melânia Gomes.

O que é que a faz sorrir?

Melânia Gomes: O sorriso sempre fez parte da minha vida, talvez porque a minha família também é assim, cresci a ouvir gargalhadas.
Quando acordas todos os dias, tens uma decisão, podemos ver o mundo de duas formas: positiva ou negativa. Que benefícios temos quando vemos as coisas pelo lado negativo? Nenhum! Vais ver que as coisas se resolvem muito melhor se fores optimista. Queixamo-nos e andamos pessimistas, mas pessoas que passam muitas dificuldades também têm um sorriso na cara. Tu bastas-te! Se as pessoas no dia-a-dia conseguissem sorrir mais, por tudo em perspetiva é fundamental.

As coisas que a fazem sorrir são as mesmas que a fazem feliz?

Melânia Gomes: Eu tenho um grande sentido de humor. Rio com coisas muito simples. Não sei se é por ser atriz, mas dou por mim a observar os outros e acho que, se as pessoas fizessem isso e deixassem de estar concentradas no presente, se observassem as coisas iam ver coisas engraçadas. Coisas simples. Há sempre qualquer coisa bonita a acontecer. Também me rio de mim.

O que é que falta aos portugueses?

Melânia Gomes: Vêm muitas notícias negativas. Para alívio mental de toda a gente, proibia as pessoas de verem notícias, andavam mais felizes.  Portugal tem tudo, as pessoas queixam-se, mas é o melhor país para se viver em questões de clima, segurança, nível de vida.
O português acha que não é capaz, que os outros é que são bons e depois têm inveja uns dos outros, mas só atrapalha quem está a ter inveja, não atrapalha quem tem sucesso. Seria uma inveja positiva se fosse para superar problemas. Nesta altura, a crise é um desafio, um novo obstáculo, mas saem ideias muito boas destas fases. Há sempre uma solução. Só não há solução para a morte!

Qual é que foi a maior adversidade pela qual já passou?

Melânia Gomes: Sou uma pessoa abençoada, faço aquilo que amo, com uma família maravilhosa, sou muito feliz, mas tive algumas coisas pela qual passei que fizeram de mim aquilo que sou. O grande choque foi ter perdido o meu avô. Foi a primeira grande perda, estava numa fase de muito trabalho em teatro e televisão. Morreu de cancro, acompanhei um ano o meu avô nos tratamentos entre Lisboa e Tomar. Tentei tudo o que pude para o acompanhar. Quando ele morreu foi um baque muito grande. O meu avô Carlos era também o meu pai, sempre esteve presente. Era um homem sensato, maravilhoso, ajudava todo o mundo. Foi complicado para mim, não lidei bem com isso.

Como é que se ultrapassa?

Melânia Gomes: Foi complicado. O meu marido ajudou-me muito nessa fase. Não parei de trabalhar. Não tive tempo de luto. Só três ou quatro meses depois de ele ter morrido é que me caiu a ficha. Demorei muito tempo a assimilar. O que mais dói é o sentimento de perda, pensar que agora não vais poder falar mais com essa pessoa, que não te vai voltar a abraçar. Depois percebi que em alma ia estar sempre comigo e isso deixou-me mais tranquila.

Quando toma decisões pensa “O que me diria o meu avô para fazer”?

Melânia Gomes: Penso. Sempre! Ele vai estar sempre comigo. Dou por mim a sorrir quando por exemplo estou a ouvir uma música de que ele gostava muito, e no dia-a-dia está sempre comigo de forma positiva, que era como ele era, sempre bem-disposto, prestável, positivo. É a maior herança que uma pessoa pode deixar, a energia positiva.