Os cinco elementos, ou melhor, ou cinco movimentos - água, árvore, fogo, terra e metal - correspondem a diferentes qualidades de chi (energia) e que utilizamos como ferramenta de trabalho no feng shui assim como noutras disciplinas de origem chinesa (medicina tradicional, pintura, artes marciais).

A água, que representa o poder, a profundidade, a tranquilidade e a flexibilidade, é uma força sem direção própria que está associada a formas onduladas, ao inverno, à meia-noite, à Lua nova, à cor preta e aos materiais transparentes como os líquidos, o vidro e o cristal.

A árvore, que é vida, crescimento e expansão, é uma força ascendente, que adquire formas verticais e está associada à primavera, ao amanhecer e à Lua em quarto crescente. O verde e o azul são as suas cores assim como as plantas vivas a sua melhor representação.

O fogo, associado à paixão, ao calor, à fama e ao entusiasmo, é uma força centrífuga e que se dispersa, e por isso adquire formas com vértices tipo estrelas e triângulos. Associado ao verão, ao meio-dia e à Lua cheia, as suas cores são fortes e podemos falar de vermelho, laranja e púrpura. O material mais representativo será as velas.

A terra é o elemento do conforto, da estabilidade e da segurança, é a força descendente e por isso as suas formas são horizontais. É uma energia associada aos momentos de transição, o amarelo e o castanho são as suas cores e aqui temos diversos materiais como o gesso, barro, porcelana, papel, madeira, e fibras naturais.

O metal representa a riqueza e o prazer, assim como o controlo e a liderança. A sua força é centrípeta pelo que as suas formas são arredondadas. Associamo-lo ao outono, ao final da tarde e à Lua em quarto minguante. As cores são o branco, o cinza e os metalizados e os materiais são pedras duras, metais, cristais e pedras preciosas.

Estes elementos ou energias relacionam-se entre si criando ciclos construtivos (a água alimenta a árvore, que por sua vez alimenta o fogo, que vai alimentar a terra, que alimenta o metal, que vai alimentar a água), ciclos de controlo (a água que apaga o fogo, que derrete o metal, que corta a árvore, que agarra a terra, que segura e suja a água), ou ainda ciclos de enfraquecimento ou drenagem (a árvore drena a água, que desgasta o metal, que enfraquece a terra, que abafa o fogo, que consome a árvore).

É importante que analise o espaço por si utilizado e identifique como estão representadas estas energias, provavelmente vai constatar que algumas delas estão em demasia e outras em falta, tente equilibrá-las, pois na nossa vida queremos um pouco de tudo.

Uma vida com muita água pode ser flexível demais e perder-se ou não ter um rumo, muita árvore pode levar a um excesso de impulsividade e dificuldade em descansar, fogo demais pode ser exposição em demasia o que leva a um desgaste forte e muita agitação, demasiada terra pode levar a estagnação e pouco estímulo, assim como metal em excesso pode levar a regras demasiado rígidas e desconforto e desmotivação.

Faça por promover os ciclos de construção e evite os de controlo. Por exemplo, sempre que tenha água e fogo, coloque árvore pelo meio, se tiver árvore e terra coloque uma vela pelo meio, e assim por diante.

Alexandre Gama

www.alexandregama.pt