Há pensamentos maravilhosos, mas a maioria, como por exemplo os pensamentos de preocupação ou de stress, é uma perda de tempo, porque o seu pensamento está a assumir que conhece todos os desfechos possíveis ou potenciais. Se assim fosse, nunca conseguiriamos comunicar. Se soubessemos o que iria acontecer, a linguagem não seria necessária. Se soubessemos realmente o que iria acontecer, só precisaríamos de silêncio. Silêncio profundo. Apenas presença.

Isto é a essência do que estou a querer comunicar. A linguagem é tão preciosa e tão importante. Uma criança demora bastante tempo a aprender uma língua, a absorvê-la e a compreendê-la, porque a linguagem não é apenas um processo mental. Talvez pense que aprender uma língua se resume simplesmente à aprendizagem da gramática e de formas simples de dizer as coisas, mas a verdade é que os sons que criamos quando falamos uma língua tocam os sentidos. Tocam, por exemplo, o olfacto, as memórias e os sentimentos e, mais importante ainda, tocam a energia de quem somos.

Quando uma pessoa comunica numa língua, o que está a fazer é a comunicar-se a si mesma de forma completa, com inocência e abertura, sem hesitação e sem limitação. É essa a intenção por trás da comunicação.

Quando procedemos desse modo, estamos a investir a nossa energia através da intenção, através da energia invisível que estamos a enviar para um lugar específico, dentro e fora de nós. Estamos a investir essa energia num espaço que se torna pleno de criatividade. A língua torna-se então como que uma canção, e uma pessoa não está apenas a falar, o que é bastante monótono, mas a comunicar. Está a comunicar o que estamos aqui a fazer.

Estamos aqui para comunicar uns com os outros, não apenas para comunicar no sentido comum, mas para comunicar a beleza e o amor que são nossos por direito.

Sat Tony Samara