Desde a época do Rei Asurbanipal até meados do século VII a C. não houve praticamente mudanças na teoria astrológica, até que Kepler realizou os seus cálculos matemáticos das órbitas planetárias há cerca de 350 anos. Os planetas continuaram a ser a força motriz e fundamental da astrologia para que, com base no seu movimento, se continuasse a prever o futuro e a explorar o presente.

Na mais remota antiguidade, os egípcios praticaram uma forma mística de astrologia, que dependia do fervor religioso e económico da sua civilização: o Nilo. Este rio era a fonte de toda a vida; as inundações que traziam fertilidade às regiões desérticas eram , segundo o que acreditavam, provocadas pela acção conjunta do Sol e Sírio, a estrela brilhante que como consequência desta crença, adquiriu uma importância inusitada.

No túmulo de Ramsés VI, faraó que reinou durante a vigésima dinastia (1200- 1085 a. C.), aparece um interessante mapa estelar em forma de um homem sentado. Segundo alguns cientistas, era possível ler neste mapa as posições das estrelas em cada hora, todas as noites do ano.

O aparecimento de horóscopos populares.
A Astrologia na Grécia e em Roma
Na Grécia, a Astrologia apareceu relativamente tarde. Não obstante, cerca do ano 250 a. C., Berosus, astrólogo babilónico, impressionou o mundo clássico com os seus escritos, conseguindo fundar uma escola para astrólogos na ilha de Cos. Nos quatrocentos anos que se seguiram, os gregos adaptaram a astrologia caldeia às suas próprias tradições, tornando-a cada vez mais formal e complicada.
Divulgaram um sistema de diagnóstico pela astrologia, reservado até esse momento aos soberanos e desenharam um método para calcular o destino individual baseando-se no momento do nascimento.

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Atribui-se o primeiro compêndio moderno de astrologia, o Tetrabiblos, ao grande astrónomo, matemático e geógrafo Cláudio Ptolomeu, nascido em Alexandria. Ptolomeu, um dos maiores intelectuais do seu tempo, trabalhou entre os anos 150 e 180 da nossa era e criou as bases das influências cósmicas que constituem o fundamento da prática astrológica actual. Sob a influência da cultura grega e com Ptolomeu em particular, o zodíaco racionaliza-se e criam-se as bases do seu funcionamento que, ainda hoje, permanecem quase inalteradas.

Na Roma imperial, os astrólogos chegaram a ser uma moda, apesar de não terem assegurado o seu sustento e de este, muitas vezes, depender dos caprichos e das preferências momentâneas de cada imperador. Por exemplo, a Tibério, os astrólogos vaticinaram o “seu alto destino” no momento do seu nascimento, pelo que sempre se fez rodear de astrólogos e deu-lhes protecção. Juvenal chamava-lhes ironicamente o “rebanho caldeu”, e Cláudio preferiu deixar-se orientar pelos augúrios e desterrou os astrólogos.

Num comentário escrito por volta do ano 100, Juvenal descreve a posição e o prestígio social que gozou a Astrologia, referindo que existiam algumas pessoas que não eram capazes de aparecer num banquete ou nos banhos, sem antes terem consultado as efemérides. Estas afirmações, dizem só por si, a importância que chegou a ter em Roma a prática da Astrologia.

José Arjones Maiquez, Arteimagem