Muitas foram as figuras importantes para a história da astrologia que viveram durante o Renascimento e que defenderam a Astrologia.

O interesse manifestado pelos Astrólogos do Renascimento pela alquimia, numerologia e outros campos despertou, no público em geral, o interesse pelas revelações do oculto, fazendo dispersar o núcleo do pensamento astrológico.

Em 1543, Copérnico, astrónomo polaco, publicou uma obra na qual expunha a teoria de que era o Sol e não a Terra que se situava no centro do sistema solar. Os estudiosos renascentistas já conheciam esta teoria heliocêntrica, defendida por Aristarco,um matemático grego, que muitos séculos antes era considerada uma alternativa e não uma realidade. Consciente dos perigos da ira da Igreja, Copérnico só publicou o seu livro no fim da vida: na realidade, quando se tornaram evidentes as implicações da sua obra nos 50 anos seguintes, a Igreja demonstrou toda a sua hostilidade.

Em 1600, um seguidor de Copérnico foi queimado na fogueira por defender as suas ideias e, em 1663, Galileu foi obrigado a retractar-se. Apesar de a Igreja tolerar as formas simbólicas e proféticas da Astrologia, sentiu-se ameaçada por estes novos astrólogos.

As teorias de Copérnico não eram totalmente acertadas e ele não teve à sua disposição os meios para comprová-las. Ironicamente, foi um astrólogo que se opunha com veemência às ideias de Copérnico, Tycho Brahe,uma das figuras mais excêntricas da nova era da astrologia telescópica, quem acabou por provar as suas teorias.

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Tycho Brahe que nasceu após a morte de Copérnico, anunciou em 1566 um eclipse da Lua que coincidiria com a morte do Sultão da Turquia. O aparecimento de uma nova estrela, tão brilhante que podia ser observada à vista desarmada, à plena luz do dia, (sabe-se hoje que se tratava de supernova) determinou que Tycho se dedicara à Astronomia e o Rei da Dinamarca financiou um observatório na Ilha de Huen, en Sund, onde o astrónomo trabalhou entre 1576 e 1596, reunindo um catálogo muito preciso de estrelas e fazendo observações sobre as posições dos planetas, em especial, Marte. Brahe ocupou o lugar de matemático imperial do Sagrado Imperador Romano, Rodolfo II, na Boémia, onde um alemão de nome Johannes Kepler se tornou o seu primeiro ajudante.

Kepler, de quem falaremos com mais desenvolvimento, também chegou a matemático imperial depois da morte de Tycho em 1601 e utilizou as observações exactas de Tycho para provar que a Terra e outros planetas giram em elipses à volta do Sol.

A Astrologia seria ainda alvo de muitos ataques quer por parte da Igreja, quer pelos seus detractores, uma vez que Sol era o centro do Universo, a Terra um simples planeta e as influências que afectavam os Homens, continuariam sendo as mesmas.

José Arjones Maiquez