É o mundo da memória e dos abismos emocionais interiores; o mundo da nossa subjectividade, das torrentes de sentimentos que trazemos dentro e nos assolam, das reacções inconscientes e condicionadas às experiências que a vida nos traz.

É da Água a empatia para compreender instintivamente as necessidades emocionais dos outros e as correntes emocionais, subtis, que existem em cada ambiente. É nela que ficam arquivadas todas as memórias carregadas de sentimento. A Água é tudo isso que em nós “sente”.

Temos a aprender com a Água aquilo a que os orientais chamam de “acção pela não-acção”, pois ela não resiste, não se impõe, evapora e condensa-se, contorna todos os obstáculos e chega sempre onde tem de chegar - como o rio contorcendo-se, na inevitabilidade do seu encontro com o mar.

A Água está muito distante do mundo da razão - é o seu pólo oposto -, como ilustra o aforisma “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. Ela não discrimina com base em factos ou ideias, mas em função do que sente. Por isso os signos de Água serem, todos eles, irracionais mas profundos, tão mais prisioneiros da sua subjectividade emocional quanto menos consciência têm dos próprios sentimentos.

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Caranguejo, frágil mas com um forte instinto de auto-preservação, preso das memórias do passado e das experiências que um dia lhe devolveram segurança emocional, um sentimento de pertença e protecção - daí a tendência a orbitar em volta daquilo que lhe dá segurança: a família, os amigos mais próximos, o intimismo da sua vida pessoal. Um dia deixará de ser filho/a, frágil e dependente, e passará a ser mãe/pai, seguro e nutridor daqueles que o rodeiam.

Escorpião, prisioneiro dos seus próprios desejos e de uma necessidade obsessiva de os satisfazer, envolvendo-se profundamente nas suas relações pessoais e tentando transformar tudo aquilo com que contacta. Intenso e regenerador, mas fadado a atrair a frustração daquilo que mais deseja - até perceber que não se trata do que ele deseja da vida, mas do que a vida deseja dele.

Peixes, confuso e crucificado entre dois apelos contraditórios: as saudades de Deus - a Casa do Pai, e a ilusão de que neste mundo encontrará o absoluto que lhe falta. Até aprender as suas lições, o desapego e a fé num futuro desconhecido, opta pela fuga para estados alterados de consciência - as drogas, o sonho, o álcool. Caminhos, atalhos ou becos sem saída?
Nuno Michaels

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Convidado: Nuno Michaels

Nuno Michaels é conselheiro astrológico, Life-Coach e professor de Astrologia Psicológica no QUIRON - Centro Português de Astrologia. Orienta grupos em Lisboa, Porto e Faro e mantém, desde Janeiro de 2009, uma rubrica semanal sobre Astrologia, Espiritualidade e Desenvolvimento Pessoal no Rádio Clube Português.
Mais sobre o seu trabalho em www.nunomichaels.com

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