Nos últimos séculos foram descobertos três novos planetas: Úrano, Neptuno e Plutão. O surgimento destes planetas levou a uma remodelação no entendimento do Universo.

Do ponto de vista da Astronomia, foram definidos novos limites para o Sistema Solar e novas ideias quanto à sua estrutura. Na perspectiva da Astrologia, foi quebrada a “perfeição” dos sistema clássico de sete planetas. Foi necessário encontrar e perceber qual o papel destes “novos personagens”. Ainda hoje há alguma discussão quanto aos atributos e funções dos três planetas modernos.

Em Astrologia, cada planeta representa um aspecto da psique humana, uma faceta do inconsciente colectivo que se manifesta simbolicamente através daquele astro. Logo, chegou-se à conclusão que os três planetas modernos representam facetas do pensamento humano que só recentemente emergiram.

Urano surge na altura de grandes revoluções no colectivo. A nível político ocorria a revolução americana e a francesa; ao nível das ideias, novas invenções surgiam; florescia o racionalismo e a ciência. Assim, a Úrano foi atribuído o papel de inovador e revolucionário. Passou a representar tudo aquilo que nos faz transcender e desafiar os nossos limites pessoais, e as barreiras sociais e ideológicas.

Neptuno é descoberto na altura do romantismo e do reviver da espiritualidade no Ocidente. Surge numa época de ideias e idealismos. O papel deste planeta é o de transcender os limites, actuando ao nível emocional. O anseio, a fusão com o todo, a expectativa do absoluto e transcendência estão contidos no simbolismo deste planeta.

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Plutão é o mais recente de todos, tendo sido apenas descoberto em 1930. Surge num grande momento de transformação no colectivo: o interlúdio das duas guerras mundiais, o advento da Psicologia e das Ciências Sociais, a bomba atómica, entre outras. Plutão torna-se o símbolo da transformação, da morte e do renascimento.

O ciclos destes planetas são muito longos. Úrano tem um ciclo de 84 anos, Neptuno de 164 e Plutão de 248. A sua permanência num signo é, de 7 anos para Úrano, 14 para Neptuno e de 12 a 30 anos para Plutão (devido à sua órbita irregular este planeta tem uma permanência variável em cada signo).

Este tipo de ciclos não encaixa no tempo de vida humana. Apenas Úrano pode, em alguns casos, completar a sua órbita no tempo de uma vida. O nível de actuação destes planetas não é individual mas sim geracional. Assim, todos os indivíduos do mesma faixa etária têm estes três planetas nos mesmos signos. Os seus apelos transformativos são, por isso, vividos através do colectivo humano. Úrano, Neptuno e Plutão são denominados os planetas transpessoais, pois representam experiências e facetas de expressão para-lá-do-pessoal.

A suas posições nos signos dão-nos pistas sobre as experiências de transformação num determinado período ou época.

No próximo artigo analisaremos as actuais posições destes planetas, integrando-as nos vários ciclos de transformação geracional do séc. XX.

por Luis Ribeiro

Espaço Astrologia