Uma das razões que poderá justificar esta escolha reside no facto de, de manhã nos levantarmos cedo e logo surge um dia cheio de compromissos, desde o emprego à família. Só à noite existe tempo para relaxar, já não existem horários a cumprir e a noite apresenta-se completamente disponível. Outros fatores como o efeito dramático de haver pouca iluminação e uma menor audiência deixa as pessoas mais à vontade. Assim, dormir com alguém tornou-se sinónimo de ter relações sexuais. Contudo, continua a não existir nenhuma razão óbvia para que o sexo à noite seja biologicamente preferível.
Já vários estudos foram feitos sobre a quantidade e a frequência de vezes que os casais fazem sexo e, um dos primeiros estudos sobre este tema, feito em 1982 e publicado na revista Human Biology revelou algumas conclusões interessantes. Neste artigo, conduzido por John Palmer, Richard Udry, e Naomi Morris, foi analisada a rotina sexual de 78 casais jovens. Tornou-se evidente que a altura em que as pessoas fazem sexo é diretamente influenciada e determinada por componentes sociais: um ritmo constante de atividade durante a semana e com um grande aumento ao fim de semana, especialmente aos domingos, quando não existem compromissos como o emprego. O estudo também mostrou que 58% dos “encontros” ocorria à noite e que havia um pico, embora menor, durante as manhãs.
Mais recentemente, em 2005, Robert Refinetti da Universidade da Carolina do Sul, curioso com estes resultados tentou perceber se fatores ambientais, biológicos ou culturais podem influenciar o porquê de as pessoas escolherem ter sexo à noite ao invés de qualquer outra hora do dia. O que o estudo mostrou reforça a ideia inicial: a maioria das pessoas rege-se por um horário laboral das 9h às 18h o que deixa pouco espaço à espontaneidade. No entanto pode também existir um explicação biológica relacionada com o ciclo circadiano (período de aproximadamente 24 horas no qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, influenciado principalmente pela variação de luz, temperatura, marés e ventos entre o dia e a noite). Tal como a maioria das outras necessidades que são satisfeitas através de rotinas (temos sono a uma certa hora, acordamos a outra e a fome surge de x em x horas), também o sexo e o desejo sexual se pode reger por ritmos diários. Porém, esta é só uma suspeita, para o comprovar, o investigador afirma que para o poder estudar, teríamos de manter casais sozinhos na escuridão constante por muitos dias e verificar quando estes tinham sexo.
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