As crianças são o alvo de muitas das expectativas dos adultos e, de expectativa em expectativa, vamos exigindo muito às nossas crianças. Um artigo das psicólogas Cátia Lopo e Sara Almeida da Escola do Sentir.
No dia 7 de abril foi Dia Mundial da Saúde. Continuamos a ter necessidade de assinalar este dia, no entanto, continuamos sem as medidas globais eficazes de prevenção de saúde, nomeadamente, sem uma estrutura e robusta educação para a saúde.
Quantas vezes não desejamos ter espaço para começar de novo e renascer? Quantas vezes, por entre a correria dos dias, não ficamos presos a versões de nós próprios que não nos enchem de orgulho e das quais gostávamos de estar mais distantes?
Esta semana, as crianças regressaram - mais uma vez - à escola. Estes dois anos letivos têm sido uma montanha russa repleta de interrupções, de aulas a meio gás e de regresso.
A paternidade, apesar de desafiante, tem muitas vezes o poder de fazer pais e mães se reinventarem e de alterarem ritmos de vida a favor de uma criança. E nos filhos, muitas vezes, os pais depositam grande parte daquilo que eles próprios são, grande parte dos seus sonhos e das suas expectativas.
É verdade que os seis anos são um indicador de que uma criança, à partida, está apta para entrar no primeiro ciclo. No entanto, também é verdade, que várias crianças por diversos fatores devem atrasar ou adiantar a entrada no primeiro ciclo.
Já contamos com um ano de pandemia em Portugal. Atropelou dois anos letivos, criou barreiras entre famílias e amigos, atirou-nos para dentro de casa e fez o medo e a distância aparecerem nas nossas vidas como um elemento diário da rotina. E qual o efeito disso nas crianças e no seu desenvolvimento?
Apesar de termos a ideia que a escola online tem tudo para correr melhor desta vez, não nos podemos esquecer que o cansaço em que todos estamos envolvidos pode contaminar a aprendizagem em casa.
Procuramos demasiadas vezes evitar que as crianças - ou nós próprios - manifestem movimentos agressivos, como se os movimentos agressivos acabassem por ser negativos quer para nós, quer para os outros. Quando o fazemos acabamos por bloquear um dos nossos mecanismos mais inatos que não só nos protege
Uma das principais queixas que surgem na prática clínica são as dificuldades, mesmo que encobertas, das crianças e adolescentes terem autoestima e segurança de si, como se, quase sempre se sentissem menos capazes que os seus pares.
A Organização Mundial de Saúde estima que, atualmente, vinte por cento das crianças e adolescentes têm pelo menos uma perturbação mental. Este valor tem vindo a crescer e reflete diversos fatores de risco que, muitas vezes, tendem a ser descurados quanto a saúde mental infantil.
A maternidade mexe com uma mulher: por fora, no corpo, na energia; e por dentro, em tudo aquilo que uma mulher sente. Surgem várias questões: “será que sou capaz?”, “será que a culpa é minha?”, “serei suficientemente boa mãe?”.
O medo apanha-nos muitas vezes de surpresa, sem estarmos à espera e, muitas vezes, perante coisas que outrora achávamos ser capazes, naquele instante tolhidos pelo medo deixamos de o ser e paralisamos.
Um dos rótulos que muito facilmente acabamos por colocar às criança é a hiperatividade e o défice de atenção e, a certa altura, temos um sem fim de crianças parecem ‘atropelados’ por esta condição.
É essencial darmos espaço aos adolescentes para que possam ser eles próprios, com todos os seus lados, isto é, com os seus lados bonitos e capazes e com os seus lados mais assustados e mais frágeis. As explicações são das psicólogas Cátia Lopo e Sara Almeida.
Não é verdade que construir uma família seja tarefa simples, pelo menos construir uma família saudável, onde há colo, segurança e lugar para os medos e sonhos de cada um. Apesar disso, os pais estão cada vez mais atentos e a procurar sintonizar-se com os filhos.
Cada vez mais estamos atentos às dificuldades escolares das crianças, focamo-nos no rendimento académico e é verdade que é um preditor do futuro sucesso de uma criança, mas também é verdade que significa muito mais do que isso.
Porque é que algumas crianças parecem não ser capazes de tomar banho, dormir, fazer os trabalhos de casa, ou até brincar, sem a presença de um dos pais?