Atualmente os cães e os gatos são os animais de estimação mais populares em todo mundo, sendo uma grande companhia para milhares de pessoas. Mas o que os distingue um do outro e que tipo de relações é que desenvolvem com os seus donos?

“Os cães são muito mais chegados aos donos do que os gatos. Enquanto os cães adoram ir passear e passar férias com os donos, os gatos não são muito assim. Os gatos gostam muito do espaço deles, gostam de ter as coisas sempre no mesmo sítio e não são tão dependentes dos donos como são os cães”, revela a médica veterinária Ana Rita Afonso.

Ao contrário do que se pensa, os animais são seres muito especiais, dotados de uma grande sensibilidade, leais e capazes de amar incondicionalmente os seus donos. “Os animais tem sentimentos: ficam contentes, ficam tristes e conseguem pressentir algumas coisas. Quando estou triste a minha cadela vem mais para ao pé de mim e começa a dar-me mais miminhos. E isso acontece porque os animais, ao contrário das pessoas, não fazem as coisas para ficarem bem vistos ou para serem vangloriados. São um bocadinho como as crianças que não tem maldade e que são puros portanto não têm segundas intenções.”

Cuidar de um animal não é uma tarefa fácil, uma vez que requer um grande esforço físico e monetário. Mas para Ana Rita Afonso, o convívio diário com um animal traz benefícios incalculáveis para a nossa vida e daqueles que nos rodeiam. “Ao contrário do que se pensa, quem tem um gato ou um cão tem menos alergias. Para além disso, é importante não esquecer o papel que desempenham no desenvolvimento cognitivo das crianças e na vida dos invisuais, que neste caso têm os labradores que ajudam a guiá-los”, remata.

Como médica veterinária e cidadã, a entrada em vigor da lei que criminaliza os maus tratos a animais de companhia “foi um passo grande” em Portugal, mas sublinha que ainda fica muito por fazer. “Há pessoas que pensam que maus tratos é só o ato de abandonar ou dar pancada a um animal. Por exemplo, deixar um cão um dia inteiro numa varanda, sem água e sem comida, ao frio e à chuva também é considerado maus tratos.”

Apesar de incentivar a adoção de animais, a veterinária relembra que esta é uma decisão que deve ser muito bem ponderada. Desde os cuidados de higiene às visitas regulares ao veterinário, adotar um animal requer um grande grau de maturidade e responsabilidade. “É importante que se escolha o animal de acordo com as condições que temos em casa. […] Se somos o tipo de pessoa que passamos muito tempo fora e que não vamos conseguir passear os cães, então se calhar é melhor optar por um gato que acaba por ficar mais tempo sozinho.”