Esther Honig, uma jornalista freelancer de Kansas City, nos EUA, enviou uma fotografia dela, na qual surge sem maquilhagem, a 40 editores de imagem, fotógrafos e especialistas que habitualmente trabalham com o Photoshop em várias partes do mundo, acompanhada de um pedido a que estes estão habituados. «Ponham-me linda», era a exigência. Com este gesto, desenvolvido no âmbito do projeto Before & After, pretende avaliar a existência de padrões de beleza globais.
A ideia surgiu-lhe quando trabalhava como gestora de meios sociais para uma pequena empresa. O diretor falou-lhe no Fiverr, um site internacional que reúne uma comunidade de profissionais freelancer, onde é possível encontrar muitos fotógrafos e técnicos de manipulação de imagens. «Ocorreu-me de imediato que cada um deles trabalha as fotografias de acordo com os critérios estéticos da sua própria cultura», referiu já publicamente Esther Honig.
Quando começou a receber as imagens, ficou de imediato surpreendida com o grau de alteração a que estas estavam a ser submetidas. «Algumas das fotografias, como a de Marrocos [em que surge lenço tipicamente muçulmano], deixaram-me de boca aberta, porque são mais profundas do que aquilo que eu eventualmente esperava», desabafa a jornalista, para quem o ideal universal de beleza «continua a ser [algo] ilusório».