Guru na área do marketing na universidade Stanford, na Califórnia, Baba Shiv, 52 anos, defende que o casamento arranjado é mais feliz do que por amor. O professor defende a prática não por tradição ao seu país, mas porque assim as hipóteses de erro são menores. Ele próprio pediu ajuda à sua mãe aos 27 anos para encontrar a parceira da sua vida: "As famílias selecionam três ou quatro candidatos dentro de critérios estipulados pelo filho, como idade, classe social e passatempos", diz. "E são os filhos que decidem se aceitam os pretendentes ou não. O processo dura cerca de um mês", explica.

Cada encontro demora vinte minutos e no caso do professor, a primeira escolha foi rejeitada, mas na segunda encontrou Reva, sua mulher há quase 25 anos. O segredo é simples: "Na escolha por amor, tendemos a acreditar que pode haver coisa melhor no futuro", diz. "Aí, cada pequeno problema que surge na relação gera uma insatisfação enorme, e começa-se logo a duvidar da opção que fez.

" Errado, afirma Baba Shiv. A ideia é pensar que optou entre três, assim sabe o que deixou para trás, ao invés de optar entre todas as mulheres do mundo o que suscita sempre dúvida. Por outro lado, nos casamentos arranjados, toda a família trabalha para a união porque está envolvida desde o começo, rejeitando por completo a máxima ocidental. ‘Entre marido e mulher, não se mete a colher’.

O professor adianta que se deve conciliar a tradição indiana com a ocidental. Ou seja, estabelecer critérios individuais para uma escolha selecionada. O guru considera que o ocidente é muito focado no indivíduo e a escolha de uma parceira para a vida tem de ter outras nuances, senão até o envelhecer em conjunto pode ser um problema, pois por exemplo a componente sexual tão válida na juventude já não tem o mesmo peso na terceira idade.

O truque, segundo Baba Shiv, é não procurar uma pessoa ideal, mas uma pessoa possível.