É a indústria nacional com melhor desempenho nas exportações e, em 2013, o calçado português cresceu 7,9%, nos 11 primeiros meses do ano, face ao ano anterior.

O valor é histórico venderam-se 68 milhões de pares de calçado, no valor de 1616 milhões de euros. Há ainda a registar um crescimento significativo nas transações para fora do espaço comunitário. 

As vendas dispararam 52,9%, o que representa uma fatia de 13% no total das exportações. A Rússia é já o maior consumidor fora da União Europeia (mais 121%, num total de 26 milhões de euros), seguido de Estados Unidos da América, Canadá, Japão, China e Emirados Árabes Unidos. Mas o objetivo do setor nacional é afirmar-se como uma referência a nível mundial. Itália continua a ser o líder do setor. Os dados constam no último Plano Estratégico do Cluster do Calçado - FOOTure 2020, um documento estratégico da indústria nacional.

O documento prevê mudanças importantes neste mercado cada vez mais competitivo, nomeadamente, o desenvolvimento económico dos países emergentes tende a um aumento do preço das matérias-primas, como é o caso do couro, e a consequente subida dos preços. O plano aponta que esta tendência desencadeie a procura de novas soluções, quer nas matérias-primas, quer no desenvolvimento tecnológico.

O documento aponta também uma deslocação dos núcleos de produção, face à diminuição das vantagens competitivas daquele país perante o desenvolvimento económico que tem registado e o aumento dos custos salariais. Outros destinos na Ásia e em África começam também a estar na mira dos investidores.

Portugueses cada vez mais empreendedores

Em 2013, foram constituídas 35.296 novas empresas, o que representa um crescimento de 12,8% face a 2012, segundo dados da Informa D&B, que estuda os mercados económico-financeiros. Aumentou igualmente o número de empreendedores, atingindo os 46.256, mais 10% do que em 2012. A constituição de sociedades unipessoais também subiu 22% e representa metade das novas empresas constituídas em 2013.

Os dados apontam os setores de serviços, retalho, alojamento e restauração, como os que mais cresceram, com especial incidência na região de Lisboa, que representa 32% do total. Por sua vez, a dissolução de empresas caiu 20% entre 2012 e 2013 e registaram-se menos 7,6% de pedidos de insolvência.

Os números da Pordata, uma base de dados sobre o Portugal contemporâneo, com dados oficiais, reforçam esta ideia. Das sociedades constituídas em 2013, 26.364 são de serviços, enquanto 5.696 são dos sectores da indústria, construção e energia. De acordo com o Instituto dos Registos e Notariado (IRN), os postos de atendimento Empresas na Hora são os mais concorridos relativamente aos novos (INC).

Texto: Sandra Nobre