Como sabemos, alguns “erros pagam-se caros”. Como é que sei se não estou iludido? Para ilustrar esta questão, vou contar uma experiência pessoal. Após treze anos consecutivos a trabalhar em instituições de tratamento em regime de internamento para comportamentos aditivos, com horário das 9 horas às 5 da tarde e um ordenado garantido ao fim do mês, em 2006, sem saber ou fazer planos, a vida veio baralhar as minhas contas.

A notícia surgiu quando a instituição onde trabalhava foi sujeita a uma reestruturação e dei por mim no desemprego, como consequência de crise atual. Na altura, o meu filho tinha um ano de idade. Pela primeira vez na vida, fiquei com o tempo “todo do mundo”, sem as rotinas e os hábitos que caracterizavam o meu dia a dia. Perante esta realidade incontornável, fui obrigado a mudar de contexto profissional, mas nunca de carreira, para isso, bastava confiar na intuição e no otimismo. Mas como sabemos, não basta, é preciso muito mais.

Na altura, sem saber como sabia, nunca considerei a possibilidade em falhar. Decidi reforçar as minhas afirmações sobre a intuição e o otimismo sobre uma situação imprevisível. Avancei com um projeto individual que contempla consultas (comportamentos aditivos), colaboração com instituições e profissionais em regime de freelancer. Passado oito anos (2006-2014), e ainda estar longe dos meus objetivos, continuo a questionar-me se tomei a decisão certa, para que se saiba, isso acontece com mais frequência do que eu próprio gostaria.

Aprender com os erros e com o falhanço é OK

Obviamente, não pretendo proporcionar respostas concretas a questões tão complexas, mas gostaria de proporcionar uma reflexão sobre a intuição, o otimismo e o risco da autoilusão. Motivo pela qual cometemos tantos e tantos erros e insucessos, paradoxalmente, elementos necessários para corrigir a trajetória e pela transformação de talento no rumo da vida.

De seguida apresento uma lista, fruto da aprendizagem ao longo desta aventura, que não termina aqui, pelo contrário, é renovada diante da adversidade.

- Desafiar o estatuto.

- Aprendizagem e formação contínua.

- Confiar no conhecimento passado e inovando.

- Curiosidade, flexibilidade e criatividade.

- Manter uma atitude auto critica.

- Reinventar talentos e “ferramentas”.

- Propósito e significado no rumo da vida.

- Trabalhar mais não significa melhor.

- Relação com pessoas extraordinárias e fantásticas.

Caso você se reveja na mesma situação acima descrita sobre a intuição, o optimismo e a auto ilusão poderá também partilhar os frutos da sua experiência. Envie para o email para xx.joao@gmail.com.

"Não sou um otimista. O que sou é determinado naquilo em que me apetece ser determinado, e continuo convicto até entender que a convicção estava errada e tenho que mudar. Mas isso não tem acontecido muito." Professor Agostinho Silva.

Por João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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