Prefere fazer as suas opções ou sente-se mais confortável quando optam por si? Gosta mais de escolher ou que o escolham? Estas perguntas, aparentemente simples, podem tornar-se muito angustiantes, nomeadamente quando enfrentamos dilemas difíceis de resolver. Se o seu padrão é ficar à espera que a escolham, possivelmente acabará por concluir que está a deixar de liderar a sua vida. Isso não é bom nem é mau. É apenas, e mais uma vez, uma escolha que fazemos.

E as escolhas que fazemos ditam a nossa qualidade de vida! A questão é que, mesmo quando escolhemos não escolher, já estamos a fazer uma escolha. Já alguma vez tinha analisado a questão nestes termos?+ Mesmo quando nos mantemos num emprego de que não gostamos ou numa relação que não nos dá alegria, estamos a escolher ficar aí.

Por muito que o nosso cérebro nos diga que não, que estamos em determinado sítio ou com determinada pessoa porque somos obrigados, não temos alternativa ou porque é melhor aceitar as condições, que algo melhor virá, mesmo assim, estamos a escolher. A forma como escolhemos é pois determinante para o nosso equilíbrio. No entanto, escolhemos, muitas vezes, em função do que é melhor para que os outros nos aceitem como iguais.

O modo como exercemos o poder de escolha

Raramente nos escolhemos a nós mesmos. O modo como exercemos o poder de escolha revela muito sobre a nossa autoestima. De facto, começamos a ganhar qualidade de vida quando nos tratamos bem, quando nos estimamos. Se realmente quer cuidar melhor de si, comece por aceitar fazer um trabalho coerente com aquilo que deseja para a sua vida, que sente ser a sua identidade e a sua vontade.

Este trabalho significa, desde logo, aceitar que aquilo que pretende desenvolver depende, em primeiro lugar, de si! Significa aceitar que está disposta a não colocar o seu bem-estar na dependência de alguma coisa ou de alguém. Sendo assim, a sua primeira atitude deve ser ter coragem de se escolher em primeiro lugar. Isso irá aumentar a sua consciência de merecimento.

No desenvolvimento da consciência de merecimento é essencial que identifique quais as suas ações que, neste momento, representam esforços inúteis. Abandone-as de imediato e sinta o alívio de não continuar amarrada a situações que lhe retiram energia e que a fazem questionar sobre a capacidade de fazer as melhores escolhas para si. Isto significa dar-se a si próprio a oportunidade de mudar a sua vida. Você merece. Ponha-se a caminho!

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Não seremos nós o poder de que andamos à procura?

Para tal, aprenda a respeitar os seus próprios limites fazendo com que aqueles que a rodeiam os reconheçam. Diga que não as vezes que forem necessárias. Não se sinta culpada por isso! Não sinta em permanência que se não fizer uma coisa vai quebrar as expetativas que têm sobre si. Estas são crenças enraizadas desde a primeira infância. Mas nós não estamos condenados a permanecer nas limitações que nos incutiram.

Você é a pessoa que tem de prestar contas a si mesma. É você que conta, em primeiro lugar. Colocar-se no centro não é um ato de egoísmo. É, ao contrário, um ato de equilíbrio emocional. Um ato de coragem que melhora a sua vida, o seu bem-estar, a sua autoestima.

E isso faz com que consiga melhorar a vida dos que o rodeiam. Só quem se compromete genuinamente consigo mesmo consegue estabelecer um compromisso com os outros. No fundo, esta atitude significa perguntar «O que é que inspiro aos outros com a minha presença?». Não seremos nós o poder de que andamos à procura?

Texto: Teresa Marta (consultora de bem-estar)