Cerca de 50% dos fumadores morre prematuramente, do que resulta uma perda, em média, de 14 anos de vida. Além da mortalidade imputável ao tabaco, os fumadores sofrem, em resultado do seu consumo, de uma pletora de doenças, incluindo doenças cardiovasculares e respiratórias.

O consumo de tabaco em Portugal atinge 25% da população, colocando-nos numa posição intermédia em relação ao resto da Europa e ainda longe de muitos países do norte da Europa.

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O tabaco é a principal causa de cancro do pulmão, sendo que existe evidência robusta da relação tabaco e qualquer dos tipos histológicos de cancro do pulmão, sendo o risco do fumador 10 a 20 vezes superior ao do não fumador.

50 doenças diferentes

O consumo de tabaco causa cerca de 50 doenças diferentes, sendo as mais relevantes a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a neoplasia do pulmão e as doenças cardiovasculares, nomeadamente a doença coronária, o enfarte do miocárdio, as tromboses cerebrais e os aneurismas arteriais.

O tabagismo é, igualmente, responsável por outros tumores como o cancro da boca, laringe, faringe, esófago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero.

O aumento da esperança média de vida e os efeitos do tabagismo a nível respiratório provocaram, nos últimos anos, em Portugal, um aumento de doenças respiratórias crónicas que são responsáveis por um grande impacto na vida dos doentes e por elevados custos diretos com a saúde. Apesar de se verificar que, ultimamente, a prevalência de homens fumadores diminuiu, a prevalência de mulheres fumadoras tem aumentado e assim sendo, é previsível o aumento substancial da prevalência da DPOC nas mulheres. Por outro lado, o crescente envelhecimento da população poderá também contribuir para este aumento.

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Quase 20% das mortes

O risco de desenvolver DPOC, em fumadores susceptíveis, é directamente proporcional ao número de cigarros consumidos por dia, tendo ainda maior peso o efeito cumulativo ao longo dos anos (carga tabágica).

As doenças do aparelho respiratório têm uma elevada prevalência representando, no seu conjunto, a terceira principal causa de morte no mundo. Em Portugal são responsáveis por cerca de 19% dos óbitos e a principal causa de internamento.

Um artigo do médico pneumologista António Carvalheira Santos, Chefe de Serviço de Pneumologia do Hospital Pulido Valente.