O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) tem por missão garantir e regular a atividade da medicina transfusional, da transplantação e permitir a dádiva de sangue, de órgãos, tecidos e células de origem humana. Tem na solidariedade de todos o seu valor máximo, pois toda a atividade é decorrente do gesto comum da dádiva e pretende contribuir para a vida humana em tempo e qualidade. Luís Negrão, responsável pelo setor de colheitas e promoção da dádiva de sangue do IPST, realça a importância deste gesto.

“Existem situações do dia-a-dia clínico nos hospitais que não se compadecem com comprimidos, supositórios ou xaropes, a única abordagem terapêutica é de facto a utilização do sangue. O sangue tem imensas funções e não há medicamento nenhum no mercado que o substitua. Nestas circunstâncias, precisamos de 1200 unidades de sangue por dia, a nível nacional, para cobrir as necessidades de transfusão sanguínea dos hospitais. O Instituto é fornecedor de 60 por cento dessas unidades e, por isso, é tão importante colher junto das pessoas para que elas se disponibilizem, e possamos de uma maneira adequada tratar dos nossos doentes.”

Para dar sangue basta ter mais de 50 kg, altura superior a 1,50 cm, ser saudável e ter idade igual ou superior a 18 anos. Mas, afinal, o que é preciso fazer para começar a doar sangue? “O processo da mudança é complicado, as pessoas não nascem de uma hora para a outras dadoras. Para as pessoas que têm medo de agulhas, a dádiva de sangue pode tornar-se traumatizante e, por isso, não se devem expor. Da consciencialização para a materialização vai um processo de aproximação e afastamento que pode durar alguns meses. Provavelmente alguns que ouviram falar desta campanha o ano passado acabaram por se retrair, e este ano mudaram o comportamento e vão dar sangue. É preciso criarmos as condições para que ele (o dador) apareça regularmente e a sua dádiva não seja apenas um ato isolado. O dador é uma pessoa consciente, responsável, que lê e se informa, que cuida da sua saúde para que o seu sangue seja de melhor qualidade, mais seguro e eficaz. Estas campanhas não só permitem que aqueles que nunca deram sangue venham a ser potenciais dadores, como possibilitam que aqueles que já davam sejam melhores dadores”, explica Luís Negrão.

Sara, a cara da campanha

A vontade de poder cuidar de alguém motivou-a a tornar-se uma dadora assídua e responsável. Já o era antes de abraçar esta causa e teve o pai como exemplo. “Tenho plena consciência, enquanto cidadã, que tenho uma missão. Gosto de cuidar e mimar todos aqueles que estão há minha volta e, para mim, faz muito sentido contribuir para a vida de alguém. Acho que é um gesto tão rápido, tão simples e que tem uma dimensão gigante. Muitas vezes nem tomamos essa consciência - e é bom passar àqueles que me seguem e têm gosto em perceber a minha vida - que esta é uma responsabilidade de todos. Tento transmitir que é urgente essa preocupação! Estamos mais atentos à saúde, à beleza e ao bem-estar, somos cidadãos cada vez mais responsáveis e este é só mais um gesto que devia ser incutido no nosso quotidiano. É um bocadinho isso, tentar chegar a mais pessoas de forma descontraída”, revela a atriz e embaixadora da campanha GIVE Nexcare, Sara Prata.

Os portugueses devem estar atentos, informados e consciencializados da dádiva de sangue, para que a possam fazer da melhor forma. “Dar sangue é a forma mais prática que os portugueses têm para fazer parte desta campanha. Olhar não é ver! Muitas pessoas sabem que existe, mas não vêm a urgência, a importância de fazer. Neste caso é quase um alerta, vejam como é fácil, vão sentir-se muito mais equilibrados e satisfeitos, com uma responsabilidade diferente”, revela.

Como atriz e figura pública, Sara Prata pretende transmitir a ideia de que é sempre possível fazer melhor, e que não devemos descartar a responsabilidade sobre o outro que está ao nosso lado. “É urgente passar a palavra! Assim como temos direitos, temos deveres e este é um dever”, conclui.

Sensibilizar os jovens

A 3M é uma companhia de tecnologia diversificada multinacional que, a partir de determinada altura, colocou nos seus estatutos a sustentabilidade e a responsabilidade social como fatores de diferenciação, fazendo parte de campanhas como esta, de dádiva de sangue. Give Nexcare é a segunda edição da campanha em Portugal, e tem como objetivo sensibilizar as camadas mais jovens.

Cláudio Lázaro, responsável pela unidade de Farmácia na 3M Ibéria, justifica: “Achamos que a juventude está muito dispersa, tem um défice de concentração. Por isso, quisemos sensibilizar esta camada da sociedade e chamar a atenção, porque muitas vezes são aqueles que têm comportamentos mais perigosos que vão parar a uma cama de hospital, mas só nesses momentos é que têm consciência de que, eventualmente, vão precisar de sangue. Desta forma, quisemos escolher uma pessoa conhecida que faça uma ligação com esse público. A Sara foi a nossa eleita e a sua aceitação foi imediata. As figuras públicas devem ter um bocadinho este papel, de serem um exemplo e ajudarem à sensibilização destas causas”.

Uma dádiva de sangue tem 450 ml, quantidade que pode significar a diferença da vida de alguém. Neste contexto, o responsável pelo setor de colheitas e promoção da dádiva de sangue do IPST, deixa uma mensagem aos portugueses. “Vá dar sangue e não se esqueça que os doentes não vão de férias, ficam no hospital. Está a chegar o verão, mas não se vá embora sem antes passar pelo serviço de sangue. Consulte o site www.dador.pt e veja onde nós estamos. Apareça e faça a diferença.