O responsável diz que a greve está a decorrer “sem problemas”, à exceção dos doentes que foram injetados para exames invasivos quando os técnicos estão em greve. “Temos uma situação que está a ser resolvida. Vou omitir o nome, mas temos um estabelecimento que injetou uns doentes e esqueceu-se que os técnicos estavam em greve e que não eram obrigados a estar ao serviço, uma situação que resolvemos com o conselho de administração, mas que não pode voltar a acontecer”, salientou.

Almerindo Rego explicou que “desta vez, excecionalmente os doentes foram protegidos”, mas se voltar a acontecer, o sindicato vai denunciar a situação. “É de uma irresponsabilidade inacreditável preparar doentes para exames invasivos e não terem em conta que as pessoas que estão a fazer o exame estão em greve”, disse.

Greve com 90% de adesão

Os técnicos de diagnóstico e terapêutica estão desde as 00:00 de quinta-feira em greve, uma paralisação que só termina às 24:00 de hoje.

“Os números aumentaram um pouco em relação ao primeiro dia devido ao Algarve. Ontem [quinta-feira], o Algarve tinha uma adesão de 75%, mas hoje de manhã chegou-nos a informação de que anda perto dos 100%. Posso dizer também que nos Açores a adesão se situa na ordem dos 85%”, adiantou.

Na quinta-feira, primeiro dia de greve, o presidente do Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica disse que a greve registou uma adesão entre os 90 e os 100% a nível nacional.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, Almerindo Rego, ainda é difícil fazer uma contabilidade final. “Contudo, será sempre acima dos 90%”, disse Almerindo Rego.

Na origem da greve está a exigência por parte dos trabalhadores de reposição acordo que os sindicalistas dizem ter sido “violado pelo Governo, em Conselho de Ministros”.

O presidente do sindicato disse, na semana passada, no parlamento, que tinha sido acordado entre sindicatos e Governo uma quota de 30% de lugares de topo de carreira para os profissionais de diagnóstico e terapêutica. Contudo, em Conselho de Ministros, essa quota foi diminuída para 15%.

O calendário negocial com o Ministério previa que até final de setembro estivessem negociadas matérias essenciais para a nova carreira profissional destes técnicos, como os mecanismos de transição na carreira ou tabelas salariais.

Mas o sindicato considera que o Ministério da Saúde “continua a não cumprir os acordos estabelecidos”, mesmo em matérias que não têm incidência financeira no Orçamento de Estado.

Caso nada se altere, partir do dia 20 de outubro estes profissionais avançarão para uma greve por tempo indeterminado.