“Há cada vez mais uma preocupação entre os profissionais desta área” relativamente ao facto de se verificar “uma grande penetração das novas tecnologias” e “uma grande incidência de comportamentos excessivos na população”, adiantou o investigador português Halley Pontes, da Nothingham Trent University, no Reino Unido.

Foi a pensar nesta população com comportamentos aditivos que especialistas nacionais e internacionais decidiram criar a Sociedade Portuguesa das Adições Comportamentais e Tecnológicas (SPACT). Halley Pontes explicou que a SPACT é “uma sociedade científica sem fins lucrativos” que pretende ajudar “pessoas que possam estar a sofrer com esses problemas”, uma tarefa que “se afigura urgente”.

Quem tiver problemas pode entrar em contacto com a SPACT, em www.spact.pt, para que um profissional a possa ajudar, explicou o investigador, autor de vários estudos sobre estes comportamentos. “O nosso objetivo é assegurar que o público em geral tenha à sua disposição” uma “base de dados de pessoas qualificadas na área” para esclarecer “questões ou dúvidas relativamente a adições comportamentais específicas, como a adição à Internet, a adição aos videojogos, adição ao sexo e às redes sociais online”, disse Halley Pontes.

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Faz parte também dos objetivos da sociedade científica disseminar conhecimentos que possam contribuir para “a melhoria a nível da saúde física e mental de pessoas que sofram de comportamentos aditivos, bem como a redução do estigma social geralmente associado às adições”.

A SPACT está aberta a todos os psicólogos, psiquiatras e profissionais de saúde mental com formação e experiência suficientes na área dos comportamentos aditivos, mas também a finalistas dos cursos de Psicologia, Psiquiatria e áreas relevantes, que podem candidatar-se como “membro em formação”.

Halley Pontes destacou a importância da sociedade para combater o “grande fosso” que existe entre os profissionais que fazem trabalho clínico na área dos comportamentos aditivos e os investigadores. “O objetivo é juntar os profissionais que tenham experiência significativa nessa área, para que todos possamos pensar sobre questões relacionadas com os comportamentos aditivos e de que modo é que poderemos ajudar as pessoas que sofram com estes problemas”, sublinhou.