Andrei Kelin falava durante uma entrevista ao órgão de comunicação britânico BBC, transmitida hoje, considerando “não fazerem sentido” as acusações feitas na semana passada pelos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.

“Não acredito nessa história. Não há sentido nela”, atirou, quando questionado sobre as acusações, segundo noticia a agência AP.

O diplomata disse ainda que soube da existência de ataques informáticos através dos órgãos de comunicação britânicos.

“Neste mundo é impossível atribuir qualquer tipo de ‘hacker’ a qualquer país”, acrescentou.

O Reino Unido, Estados Unidos e Canadá acusaram na quinta-feira a Rússia de tentar roubar informação a cientistas dos três países que estão a trabalhar numa vacina contra a covid-19.

O Centro Nacional de Cibersegurança britânico (NCSC), em coordenação com autoridades dos EUA e Canadá, alega que os piratas informáticos APT29, também conhecidos como “the Dukes” ou “Cozy Bear”, é um “grupo de ciberespionagem, quase de certeza parte dos serviços de informações russos”.

O grupo usa uma variedade de ferramentas e técnicas, incluindo ‘spear-phishing’ e ‘malware’ personalizado conhecido como “WellMess” e “WellMail”.

O Governo do Reino Unido acusou ainda agentes russos de tentarem influenciar as eleições legislativas britânicas, realizadas em dezembro de 2019, promovendo na Internet documentos usados na campanha pelo então líder trabalhista Jeremy Corbyn sobre as negociações com os Estados Unidos da América (EUA) para um acordo comercial.

O embaixador russo realçou também na entrevista que o seu país não tem qualquer interesse em interferir na política interna britânica.

“Não vejo sentido em usar este assunto como uma questão de interferência. Nós não interferimos nada. Não vemos nenhum ponto de interferência porque, para nós, seja o Partido Conservador ou o Partido Trabalhista à frente do país [Reino Unido], tentaremos sempre estabelecer relações e estabelecer melhor relações do que agora”, atirou.

A Rússia rejeitou esta quinta-feira as acusações lançadas por Londres de que Moscovo teria tentado interferir nas eleições legislativas britânicas de 2019 e tentado roubar informações sobre uma investigação internacional em curso para uma vacina contra o novo coronavírus.

“Não temos nenhuma informação sobre quem poderá ter pirateado empresas farmacêuticas ou centros de investigação no Reino Unido. (…) Rejeitamos essas acusações, bem como as novas alegações infundadas de uma ingerência nas eleições de 2019″, declarou o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência noticiosa estatal Tass.