O centro reviu mais de mil estudos científicos sobre as alegadas propriedades que causam cancro do café e do chá-mate, muito popular na América do Sul.

Desde 1991, data da última avaliação, as duas bebidas tinham sido classificadas como "possivelmente cancerígenas".

Dados reunidos desde então sugerem que nenhuma das bebidas pode ser relacionada com um risco de cancro mais elevado, de acordo com o CIRC.

Contudo, alguns dados indicavam que beber estas, ou quaisquer outras bebidas, a temperaturas superiores a 65 graus centígrados (65ºC) pode causar cancro do esófago.

"Estudos efetuados em locais como a China, Irão, Turquia e América do Sul, onde o chá ou o chá-mate são tradicionalmente bebidos muito quentes (a cerca de 70ºC) mostraram que o risco de cancro do esófago aumenta com a temperatura a que a bebida é consumida", disse o CIRC.

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"O consumo de bebidas muito quentes, a temperaturas superiores a 65º C, foi classificado como 'provavelmente' cancerígeno". O estudo considerou fatores que podiam alterar a avaliação do risco de cancro, como o consumo de álcool e tabaco.

A carne processada, um outro inimigo

Em outubro de 2015, a mesma agência das Organização Nações Unidas avançou que o consumo excessivo de carnes processadas - como o bacon, as salsichas, os hambúrgueres e o presunto - provocavam cancro e eram tão perigosas como o tabaco.

Na altura, o relatório da Agência Internacional de Investigação sobre Cancro indicava que 50 gramas de carne processada por dia - menos de duas fatias de bacon - era o suficiente para aumentar o risco cancro colorretal - cancro do cólon e/ou do reto - em 18%.

O mesmo documento adiantava que as carnes vermelhas são "provavelmente carcinogénicas", potenciadores de carninomas, um tipo de cancro, embora a evidência científica quanto a esse facto ainda seja limitada.