A presidente do Sindicato dos Médicos da Zona Centro (da Federação Nacional dos Médicos), Vitória Martins, disse à agência Lusa que há uma média de 75% a 80% de adesão na região, seja nos hospitais, seja nos cuidados primários, com unidades a registarem maiores níveis de adesão à greve do que outras.

Nos Hospitais da Universidade de Coimbra, há "apenas uma sala de bloco operatório a funcionar" e as consultas externas registam uma adesão "à volta dos 80%", informou.

Em Aveiro, a adesão chega quase aos 100% em algumas consultas e em Viseu a média situa-se nos 75%, referiu a dirigente sindical.

Já na Figueira da Foz, só estão assegurados os serviços mínimos de urgência no bloco operatório e há uma adesão "de quase 100% nos principais serviços" do hospital, acrescentou. Segundo Vitória Martins, houve, em Leiria, "adesão de quase 100% em alguns serviços e noutros de 50%".

Também nos centros de saúde se notam algumas oscilações, com unidades de cuidados primários com adesões de 85% a 90% e outras de 50% a 60%.

Já o secretário regional interino do Sindicato Independente dos Médicos do Centro, José Carlos Almeida, fala numa adesão geral na região Centro superior, apontando para valores entre os 80% e os 90%. "Os blocos operatórios estão praticamente fechados", notou. Para José Carlos Almeida, a greve "está a ter sucesso", recordando que em causa está a falta de qualidade de atendimento aos doentes e a falta de qualidade de trabalho dos médicos.

Em todo o país

A greve dos médicos decorre hoje em todo o país e foi convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) face à ausência de resposta do Governo às propostas dos sindicatos.

Os médicos reivindicam uma redução de horas extraordinárias anuais obrigatórias, as chamadas horas de qualidade (durante a noite), a redução do trabalho de urgência das 18 para as 12 horas semanais e a redução da lista de utentes por médico de família dos atuais 1.900 para os 1.500.