Em tempo de férias há uma tendência maior para permitir que as crianças fiquem mais tempo ligadas aos estímulos tecnológicos. A tecnologia é muitas vezes vista como uma forma das crianças estarem ocupadas e dos adultos à sua volta estarem seguros de que estão sossegadas e, por isso, com ideia de que as crianças estão protegidas e seguras.

No entanto, os perigos da exposição excessiva às tecnologias são muitos e é muitas vezes atrás de longos períodos expostos durante as férias que  começam a surgir algumas das dependências de tecnologias e dos condicionantes das tecnologias ao desenvolvimento de uma criança.

O mais importante quando pensamos em crianças e tecnologias é assegurar o equilíbrio e, por isso, é importante que mesmo em tempo de férias existam regras definidas para assegurar a consistência exigida ao longo do ano. Assim é essencial:

1 - Tempos definidos de forma clara

É natural que nas férias possa existir um pouco mais de tempo disponível para as tecnologias, no entanto, deve ser um tempo definido e não ilimitado. Consoante a idade da criança, defina um tempo diário para que a criança possa estar exposta a jogos tecnológicos, redes sociais e televisão. Deixe claro para a criança esse tempo e garanta que a regra é cumprida;

2 - Selecione os estímulos que menos danos causam

Apesar das regras estarem defenidas, pode existir algum contratempo que leve a que a criança esteja por mais tempo exposta a estímulos tecnológicos. Se isso acontecer, opte por permitir os estímulos menos prejudiciais, como por exemplo, ver um filme na televisão. Um filme tem um estímulo menos intenso, prolonga-se no tempo e leva a criança a adquirir valores através da história e a manter a concentração ao longo do filme;

3 - Mostre a criança alternativas à tecnologia

Muitas vezes as crianças ficam coladas à tecnologia apenas porque não sabem ao que brincar ou como ocupar o tempo de forma entusiasmante. Por isso, ajude a criança a descobrir tarefas com as quais se entreter que não sejam tecnológicas, por exemplo, construir um puzzle, fazer um lego, pinturas, plasticinas, entre outras atividades. O ideal será conduzir a criança, para que depois ela consiga entreter-se e brincar sozinha.

Lembremo-nos que apesar das férias serem longas, devem ser também um tempo para uma criança crescer e se desenvolver de forma livre e autêntica, para isso, o brincar é essencial, já a tecnologia quando de forma excessiva e demasiado intensa pode condicionar  quer o desenvolvimento da criança, a sua capacidade de imaginar e organizar o seu pensamento. É, por isso, essencial que mesmo em época de férias as tecnologias sejam regradas, para que se garanta o equilíbrio de atividades essenciais ao crescimento saudável de uma crianças.

Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.