Em primeiro lugar é preciso interrromper o processo da queimadura, ou seja, separar a pessoa da fonte da lesão, qualquer que ela seja.

Se for fogo, deve-se embrulhar a vítima num cobertor e rodá-la pelo chão, o que permitirá apagá-lo. No caso de água fervente, esta fica impregnada na roupa e funciona como um reservatório de calor. Por isso, a vestimenta deve ser removida de imediato. O passo seguinte é o arrefecimento que deve acontecer com água tépida, corrente, entre os 15º Celsius e os 18º Celsius, durante 10 a 20 minutos.

10 hábitos que estão a destruir a sua pele
10 hábitos que estão a destruir a sua pele
Ver artigo

A utilização de uma esponja ou água em spray é também eficaz desde que repetido o processo várias vezes na primeira meia hora inicial após a queimadura. É importante acautelar o surgimento de hipotermia, ou seja, arrefecer a área queimada mantendo o resto do corpo quente. Em caso de emergência, ligue para o 112.

A profundidade da queimadura

Uma queimadura de 1º grau é o equivalente à queimadura solar típica. É limitada à camada mais superficial da pele e traduz-se numa dor intensa e vermelhidão que desaparecem ao fim de 2 ou 3 dias. Entre o 4º e o 6º  dias, o epitélio descama e por baixo surge a pele sã.

A queimadura de 2º grau atinge a segunda camada da pele, a derme, e carateriza-se pela presença de flictenas. Se for superficial, a dor é intensa numa fase inicial e melhora com a evolução cicatricial que demora entre 15 dias a três semanas.

Quando a queimadura é de segundo grau e profunda, a dor é menor e a vermelhidão também. É uma queimadura mais grave, com bolhas, que cicatriza mais lentamente entre três a nove semanas, inevitavelmente com formação de cicatriz. Sem uma reabilitação funcional atempada e especializada pode haver compromisso da mobilidade articular quando estas regiões estão afetadas e é comum cursar com cicatrização hipertrófica.

A queimadura de 3º grau é uma queimadura pouco dolorosa, pálida, sem capacidade para cicatrizar espontaneamente, sendo necessária a intervenção cirúrgica para assegurar a eliminação do tecido queimado e a sua substituição por pele sã.

As explicações são da médica Ana Silva Guerra, especialista em Cirurgia Plástica e Reconstrutiva.