Quem não se recorda da receita de Álvaro Santos Pereira, antigo ministro da Economia, para o combate ao défice e dívida externos? A resposta estava na exportação do tão português pastel de nata. Contudo, sujeitos a ultracongelação e reaquecimento em micro-ondas, os pastéis de nata adquirem uma textura diferente da dos acabados de sair do forno e a massa folhada deixa de ser crocante. O mercado já tem disponíveis pastéis de nata ultracongelados. No entanto, estes são vendidos como produto cru ou semi-cru, necessitando ainda de confeção demorada em forno convencional e a temperaturas elevadas.

Este é um problema que, de acordo com a Universidade de Aveiro (Departamento de Química - DQ) foi agora resolvido. Aquela instituição desenvolveu um pastel de nata que pode ser ultracongelado depois de pronto e ser consumido em qualquer ponto do mundo, como se tivesse sido acabado de fazer, após um minuto no micro-ondas.

Um pastel de nata que traz um bónus a todos aqueles que querem manter a linha. Este pastel desenvolvido em Aveiro chega com menos calorias (184) do que o pastel de nata tradicional.

A equipa, coordenada pelo investigador Manuel António Coimbra e composta por Rita Bastos e Elisabete Coelho, revela que este pastel foi desenvolvido com base na incorporação de um ingrediente alimentar à base de polissacarídeos, que foi adicionado à massa folhada e ao creme de nata.

“Este ingrediente permitiu obter um produto que pode ser congelado e reaquecido em forno de micro-ondas, preservando as características do pastel de nata tradicional”, diz Manuel António Coimbra.

A receita, sublinha Manuel António Coimbra, foi desenvolvida por solicitação da Mealfood “em que o saber fazer do mestre pasteleiro Francisco Santos daquela empresa se associou à ciência da Universidade”. Após seis meses de trabalho, o pastel de nata já se encontra com pedido de patente efetuado e os consumidores poderão encontrá-los brevemente no mercado.