Até prova em contrário, assentamos a nossa convicção pró café no que consideramos fundamentos inabaláveis a desfavor de um descafeinado: falta-lhe intensidade, amargor, o toque torrado, é insipido. Uma tertúlia organizada pela Nespresso no decorrer do Peixe em Lisboa propôs-se derrubar ideias feitas face aos descafeinados, começando por aquela que, talvez, esteja mais enraizada entre os apreciadores da cafeina. Esta, ausente do descafeinado, é-lhe subtraída por adição de produtos químicos.

Rute  Narciso, Coffee Ambassador da Nespresso, desmistificou esta prática, em abono da marca que representa. “O processo de descafeinização apenas recorre a água ou dióxido de carbono”. Muita água diga-se em abono da verdade “o que levou alguma indústria, no passado, ao uso de solventes para minimizar os custos associados à extração da cafeina”, referiu Rute. Basicamente, o grão ainda verde é lavado em água quente propiciando a abertura dos poros e, com isso, facilitando a extração da cafeina. Em tudo o mais o grão de café mantém a sua integridade, seguindo o processo corrente de torrefação e mantendo inabaláveis as qualidades dos mais de mil compostos que o estruturam.  

Desfeito o mito basilar, Rute Narciso propôs aos presentes um desafio. Duas chávenas, dois cafés, um com cafeina, outro sem a dita. O repto: discernir um de outro. À prova, o novo Ristretto Decaffeinato, o quarto da gama descafeinados da Nespresso. Um concorrente de peso ao pódio dos descafeinados capazes de ombrear com os cafés. Intensidade 10, encorpado, com carácter onde aos grãos de Arábica da América Latina e do leste africano se junta algum Robusta. Soma-se uma torrefação intensa o que confere aquele amargor muito do agrado do apreciador de café.

Ou seja, intensidade, aroma, amargor, um creme de tom torrado disseram “presente” dentro da chávena. As mesmas características que reconhecemos no Ristretto original. Contas feitas, a destrinça entre os dois produtos em degustação não se revelou prova fácil, nem argumento a favor dos que separam em campos opostos o café e o descafeinado. Como sublinhou Rute Narciso “a intensidade não depende do teor da cafeina, antes da torra e do corpo do café” e, claro, do tipo de grão de café. Apenas a assinalar a ausência daquele pico de energia que sentimos 15 a 20 minutos após a ingestão do cafezinho. De resto, está lá tudo.

Este novo Ristretto Decaffeinato junta-se à gama de descafeinados da Nespresso e que inclui o Arpeggio Decaffeinato (intensidade 9), o Volluto Decaffeinato (intensidade 4) e o Vivalto Decaffeinato (intensidade 4).

O preço de venda ao público situação nos 3,95 euros a sleeve de dez cápsulas.

Pode um descafeinado enganar o apreciador do “verdadeiro” café?