Aquelas primeiras rugas que, até há pouco tempo, considerava atraentes começam a marcar-se cada vez mais mas o lifting não é ainda uma opção? Quer conservar ou recuperar a juventude da sua pele sem recorrer à cirurgia? O ácido hialurónico oferece-lhe um efeito rejuvenescedor imediato, preservando a sua expressão natural. As substâncias de preenchimento estão a fazer furor e converteram-se numa nova disciplina médica chamada mesoplastia.

É uma espécie de rejuvenescimento facial à base de substâncias injetáveis, uma técnica ambulatória que não requer hospitalização e, muitas vezes, nem sequer anestesia. Para além disso, estas substâncias não atuam como um corpo estranho no tecido cutâneo, não sendo por isso rejeitadas. E conseguem resultados semelhantes aos de uma cirurgia, mas sem cortes, nem cicatrizes e sem riscos pós-operatórios.

No caso do ácido hialurónico, acresce a vantagem de se tratar de uma substância que atua como factor estruturante e hidratante da pele, oferecendo uma ação preventiva antienvelhecimento. Ainda assim, o rejunescimento injectável deve ser feito com conta, peso e medida, ou seja, sob supervisão de um dermatologista ou cirurgião plástico. Veja abaixo algumas das mudanças verificadas em pacientes tratadas pelo cirurgião plástico Hélder Silvestre.

O que é afinal o ácido hialurónico?

«O ácido hialurónico é uma substância natural, presente no corpo humano, que atua como fator estruturante e hidratante dos tecidos (em particular da pele) e cuja produção diminui com o decorrer dos anos», explica o cirurgião plástico Hélder Silvestre. «O facto da sua presença diminuir com a idade é um dos fatores importantes na perda de hidratação e de elasticidade cutâneas».

Para prevenir e contrariar este efeito, pode-se recorrer ao ácido hialurónico de origem sintética. Segundo Hélder Silvestre, «a injeção deste produto nas rugas de expressão, para além de as atenuar, hidrata profundamente a pele, captando água, tornando-a mais flexível e radiosa». Para além disso, existe evidência científica, desde 2007, que a sua administração «estimula a síntese de fibras de colagénio, elemento fudamental para a manutenção da tonicidade cutânea, tornando a pele mais lisa e turgente».

O ácido hialurónico que se admninistra através de injeções (sintético) não não tem contraindicações, devido à sua semelhança com o que é produzido pela nossa pele. O risco de reacções adversas é mínimo.

Veja na página seguinte: Como funciona o tratamento

Como é o procedimento?Independentemente do tipo de ácido hialurónico, o procedimento é sempre o mesmo:- Administra-se um anestésico em creme ou anestesia de dentista para os lábios.

- Depois, são dadas múltiplas picadas, com uma agulha muito fina, na zona a corrigir.

- No final, a zona é massajada para distribuir corretamente o produto.

- O procedimento demora, em média, entre 15 a 30 minutos.

Quanto me pode custar?

De acordo com o cirurgião plástico Hélder Silvestre, «o custo do tratamento depende do número de ampolas utilizadas, custando cada ampola, em média, 350 euros».

Que tipos existem?

Se fosse usado na forma como normalmente se encontra nos tecidos, o ácido hialurónico seria rapidamente degradado. Por isso, foram desenvolvidos derivados de ácido hialurónico em forma de gel, que variam de acordo com a sua origem. Pode ser animal (obtido da crista do galo) ou não animal (biossintetizado). Segundo Hélder Silvestre, «o que tem maior segurança e garantia em termos de inocuidade é o de origem não animal, produzido por biotecnologia, não tendo, por isso, risco de alergia para os pacientes».

Está aprovado pelo INFARMED para aplicação cosmética. Para além disso, variam segundo a sua estabilização e densidade. Existem geles de ácido hialurónico de várias densidades, devendo-se utilizar os mais densos mais profundamente (rugas profundas) e os geles nenos densos nas rugas superficiais. Desta forma, obtêm-se bons e duráveis resultados.

Que zonas pode tratar?

De acordo com Hélder Silvestre, «pode ser utilizado para preenchimento de rugas (pés de galinha e/ou sulco nasogeniano por exemplo), bem como para modelação dos lábios e do contorno facial, nomeadamente dar volume na região malar (maçãs do rostos), submalar e mento (queixo)». Está indicado também para «realizar hidratações cutâneas profundas, melhorando a elasticidade e firmeza da pele», acrescenta.

«O ácido hialurónico pode ser utilizado em todo o rosto», segundo o cirurgião plástico, «inclusive na camuflagem das olheiras». Pode ser aplicado em qualquer pessoa, quer aos 30 a 35 anos, numa perspetiva de prevenção, quer aos 50 a 60 anos, para suavizar as rugas e tonificar a pele.

Vai doer-me?

Apesar de não ser um procedimento doloroso, as picadas podem ser incómodas, pelo que se aplica um creme anestesiante. No caso dos lábios, faz-se um bloqueio loco-regional com anestesia de dentista. De acordo com Hélder Silvestre, «uma semana antes do tratamento, deve-se evitar a toma de aspirina ou anti-inflamatórios não esteroides e, nos doentes com herpes em que vá tratar a zona dos lábios, deve-se fazer profilaxia desta doença».

Veja na página seguinte: O que sucede após o tratamento

O que sucede após o tratamento

«Após o tratamento, deve-se fazer aplicação local de gelo e, se houver alguma equimose (negra) no local das injeções, recomenda-se a aplicação de um creme com arnica», refere o especialista. A maioria dos tratamentos são feitos numa única sessão, excepto as hidratações cutâneas, «que se devem fazer em três sessões espaçadas entre duas a três semanas, uma a duas vezes por ano», explica Hélder Silvestre. É aconselhável fazer uma consulta de acompanhamento após uma semana. É nessa altura que os resultados finais estabilizam.

O que deve saber antes de optar por este procedimento

«Não há quaisquer complicações a curto, médio ou longo prazo», assegura Hélder Silvestre. «O principal inconveniente prende-se com o facto de a área tratada ficar avermelhada e/ou inchada durante um ou dois dias, sobretudo quando é utilizado nos lábios». De acordo com Hélder Silvestre, «os resultados são visíveis imediatamente após o procedimento. E, em média, ao fim de cinco a sete dias, obtém-se o resultado final», assegura.

A duração do efeito é de um a dois anos. Após esse período, o ácido hialurónico é completamente absorvido pelo organismo, o que vem a ser a sua principal vantagem e desvantagem. A vantagem é que não sendo um tratamento permanente, facilita a decisão de avançar para o tratamento. A desvantagem? Se quiser manter os resultados, tem de reptir o procedimento. Os profissionais que estão habilitados a fazer este tipo de procedimento são os cirurgiões plásticos, dermatologistas e médicos dedicados à medicina estética.

Texto: Fernanda Soares