O laser revolucionou a ciência e, sobretudo, a medicina. Usado com sucesso em oncologia e em cirurgia, também está a ter resultados excelentes no campo da dermatologia. Vários problemas de pele, tanto médicos como estéticos, são suscetíveis de ser tratados com laser. Apesar da cirurgia ser o ramo da medicina que mais aplicações encontrou na referida tecnologia, a dermatologia é a que mais repercussões sociais e populares teve.

Ano após ano, continua também a ser a que mais procura tem em determinados âmbitos estéticos. O laser é, basicamente, luz. Mas uma luz de um único comprimento de onda e todos os seus raios se deslocam numa única direção, pelo que permite concentrar uma determinada quantidade de energia num local muito concreto. Os dermatologistas referem que existem até 15 tipos de lasers distintos.

Muitos referem ainda que as suas diferenças básicas se encontram no comprimento de onda. A energia que transmite é absorvida em maior ou menor medida pelas estruturas da pele, mais por umas do que por outras. De tal forma que encontramos, lá fora e cá dentro, lasers cuja energia é assimilada pelos vasos sanguíneos e outros que afetam apenas a produção de melanina.

A desconfiança que se exige

Este é o principal motivo pelo qual alguns servem para tratar problemas vasculares e outros são utilizados em lesões pigmentadas. O segundo motivo de diferenciação reside no facto da energia do laser se ir perdendo à medida que incide na pele, até chegar a uma profundidade concreta. Apesar da maior parte dessa energia ser absorvida pela pele, também invade as restantes estruturas.

Esse é um motivo pelo qual não se pode aumentar a intensidade de forma descontrolada, sob pena de danificar os tecidos. Desconfie, por isso, de lasers que fazem tudo porque tal alegação é falsa. É verdade que existem tecnologias que combinam equipamentos de laser com outras fontes de luz em diferentes sessões para rejuvenescer a pele, por exemplo, sem sem ser necessário passar por uma sala de operações.

Mas estes resultados só são conseguidos com os melhores equipamentos e bons profissionais. Apesar de ser mais do que certo que o laser não é uma panaceia e que nem todas as patologias são suscetíveis de ser tratadas com ele, a verdade é que o seu campo de ação é cada vez mais amplo já que pode cortar, queimar, coagular ou destruir tecido. Para cada tipo de laser, há indicações muito concretas e contraindicações básicas.

8 problemas que os lasers resolvem

O laser não funciona de forma igual em todas as pessoas, pelo que o especialista deve informar o paciente se está apto ou não a ser tratado com determinado tipo de luz. Sem margem para dúvidas, é uma tecnologia que pode ser muito útil nalguns casos, apesar de nem sempre ser o melhor tratamento. Até a aplicação oncológica mais recente se apoia nesta terapia.

É indicada para o tratamento das primeiras fases do carcinoma basocelular, o cancro de pele mais comum. O procedimento é rápido, feito em ambulatório e é muito eficaz. Contudo, independentemente do tipo de aplicação, só oferece benefícios máximos em mãos de profissionais. Atualmente, o laser é indicado para diversos tratamentos com fins estéticos e médicos, nomeadamente para:

1. Envelhecimento cutâneo facial

2. Lesões residuais de acne ou varicela

3. Depilação definitiva

4. Tratamento de lesões cutâneas

5. Erradicação de cicatrizes e tatuagens

6. Cicatrizes pós-operatórias e traumáticas

7. Tratamentos vasculares, nomeadamente pontos rubi (dilatação permanente de um vaso), couperose, angiomas planos, hemangiomas ulcerados ou veias varicosas.

8. Varizes, verrugas e manchas

O que deve saber antes de experimentar

O laser deve ser sempre manejado por especialistas e é imprescindível contar com a supervisão de um dermatologista com experiência. Os especialistas de dermatologia advertem que, antes de fazer um tratamento com laser, é importante informar-se acerca da duração do processo e do número de sessões, das possíveis contraindicações, dos efeitos que se obtêm, das probabilidades de sucesso e do tipo de laser que vai ser utilizado.

 Os tipos de lasers mais utilizados

Existem cerca de 15 tipos de lasers diferentes. Desde os de muito baixa potência, que podem ser utilizados por esteticistas já que não provocam efeitos adversos no organismo, até aos que têm uma potência superior e se circunscrevem ao âmbito cirúrgico, passando por aqueles de potência muito alta, reservados exclusivamente aos meios industriais e militares, as diferenças são grandes.

Utiliza-se um tipo de laser ou luz pulsada dependendo do tipo de lesão a tratar, a localização da mesma e o fototipo da pele. Os sistemas de IPL (luz pulsada intensa) são mais versáteis do que os lasers monocromáticos, se bem que requerem maior experiência do médico que os manipula para obter resultados considerados ótimos, alertam muitos dos especialistas do setor. Descrevemos-lhe abaixo cada um dos tipos de laser e IPL (luz pulsada intensa) utilizados atualmente:

- Laser de díodo, laser Alexandrite e IPL. São empregues, sobretudo, para eliminar o pelo de forma permanente.

- Laser de díodo 980 nm, laser neodímio-YAG e laser de corante pulsado. Utiliza-se para eliminar a couperose, problemas capilares, varizes pequenas e outras alterações vasculares.

- Laser Q-switched 532 Nd:YAG nm e IPL. Usado para eliminar manchas solares e de envelhecimento.

- Laser Q-switched de 1064/532 nm Nd:YAG. São, geralmente, específicos para a remoção de tatuagens.

- Erbio e Co2: lasers para fotorejuvenescimento ablativo (provoca a descamação da camada superficial da pele), que regeneram a pele envelhecida e melhoram a pele danificada pelo sol com resultados cosméticos superiores, mas estão associados a efeitos secundários significativos, riscos e recuperação prolongada. «O laser Co2 também é utilizado para tratar tumores benignos, lesões cancerosas e alguns tumores malignos», refere o dermatologista Orlando Martins.

- IPL. Indicado para o fotorejuvenescimento não ablativo, também corrige o envelhecimento mas, apesar de representar menos riscos, requer inúmeras sessões durante meses, e os seus resultados estéticos são limitados.

Texto: Madalena Alçada Baptista com Orlando Martins (dermatologista)