Na Índia, embelezar a vagina é uma das ultimas obsessões das mulheres. Procedimentos cirúrgicos para unir o clitóris e/ou remover ou aparar os lábios vaginais chegam a ser oferecidos como presente de aniversário ou de casamento. Em Portugal, apesar de ser um assunto tabu, estas operações também são muito procuradas. Saiba, de seguida, quais os problemas que mais preocupam as mulheres que já as fizeram:

- Excesso de gordura

O aumento de tecido adiposo na região púbica deve-se, sobretudo, ao excesso de peso e a alterações hormonais. «Poderá causar incómodo no dia a dia, principalmente em situações em que esta zona fica mais proeminente, nomeadamente com o uso de vestuário mais apertado como calças justas, fatos de ginástica ou fatos de banho», descreve Luísa Magalhães Ramos. A solução passa pela realização de uma lipoaspiração ou uma dermolipectomia.

Ambas as técnicas permitem diminuir o volume da região suprapúbica a longo prazo. São cirurgias que devem ser realizadas em bloco operatório, sob anestesia local, com ou sem sedação, dependendo de cada caso. «No pós-operatório imediato, é expetável algum edema, que diminui progressivamente», ressalva a especialista. Pode realizar-se uma lipoaspiração a partir de 2.500 € e uma dermolipectomia a partir de 3.000 €.

- Flacidez dos lábios vaginais

Caracteriza-se sobretudo pela perda de tecido adiposo nos grandes lábios. Esta alteração «deixa muitas mulheres desconfortáveis com a sua aparência, que passam a sentir-se menos atraentes e com menos autoconfiança», explica Luísa Magalhães Ramos. Na sua origem estão habitualmente alterações hormonais, nomeadamente depois da menopausa, oscilações de peso e o envelhecimento.

A solução pode passar por submeter-se a uma lipoescultura e/ou a uma bioplastia. A lipoescultura remove a gordura de zonas do corpo como as coxas e o abdómen e vai injetá-la noutras regiões para melhorar o aspeto e o volume de zonas flácidas. Simultaneamente, também pode ser removido excesso de pele dessa zona. São cirurgias que podem ser realizados com anestesia local, mas que, ainda assim, devem ser feitas em ambiente de bloco operatório.

«A injeção de gordura e a remoção de excesso de pele em zonas estratégicas tem resultados altamente satisfatórios e duradouros. A bioplastia consiste na administração de ácido hialurónico em pontos específicos, pode ser realizada em consultório e não tem período de recuperação. O efeito do ácido hialurónico tem uma durabilidade limitada, exigindo uma nova injeção ao fim de nove meses a um ano», diz Luísa Magalhães Ramos.

«A injeção de ácido hialurónico nesta região vai melhorar não só o volume como a qualidade e a tonicidade da pele», esclarece a especialista. O custo médio da lipoescultura ronda, em média, os 2.500 €. Já o da bioplastia atinge, em termos genéricos, os 500 €.

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- Pequenos lábios anormais

A hipertrofia (aumento) dos pequenos lábios pode causar um grande incómodo em diferentes situações do dia a dia, «nomeadamente no uso de determinado vestuário, mas também durante a prática de exercício físico e durante as relações sexuais, devido à fricção dos tecidos», explica Luísa Magalhães Ramos. De acordo com a especialista, «esta deformidade está relacionada com questões hormonais que ocorrem na altura da adolescência, durante a gravidez ou durante a menopausa».

A labioplastia (ninfoplastia) pode ser a solução pois vai permitir reduzir o tamanho dos pequenos  lábios e melhorar o aspeto da zona do clitóris. É uma intervenção com anestesia local e sedação que permite ter alta no próprio dia. «Embora seja uma intervenção relativamente simples, é bastante minuciosa por se tratar de uma zona muito delicada», esclarece.

«No pós-operatório imediato, existe bastante edema (inchaço), que vai desaparecendo ao fim de um mês. Os resultados são muito naturais, com um grau de satisfação muito elevado», assegura ainda a especialista. O seu custo médio anda, habitualmente, na casa dos 2.500 €.

- Relaxamento vaginal

O relaxamento das paredes da vagina e da musculatura do períneo é bastante comum após partos vaginais. Esta alteração provoca incómodo, desconforto e vergonha nas relações sexuais, afetando a satisfação sexual da mulher, e do casal. A colporrafia (colpoperineoplastia) ou lipoplastia modulante e regenerativa podem ser a solução. A colporrafia aperta as paredes da vagina.

«Antes da cirurgia, é necessário despistar problemas que necessitem de uma abordagem diferente, como a incontinência urinária», descreve Luísa Magalhães Ramos. Pode ser realizada com epidural ou sedação e anestesia local, com alta no próprio dia. Já a lipoplastia modulante e regenerativa recorre a fatores plasmáticos de crescimento.

«É utilizado o tecido adiposo da paciente, extraído, por norma, da zona abdominal, ao qual se associam os fatores plasmáticos de crescimento, a partir do seu sangue. Depois de enriquecido, o tecido adiposo é aplicado por detrás das paredes vaginais, dando-lhes firmeza e regenerando-as, e reduz o canal vaginal na sua amplitude», explica o cirurgião plástico Biscaia Fraga. 4.500 € é o custo mínimo de uma colporrafia, enquanto que a lipoplastia começa nos 2.500 €.

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Tratamento inovador sem cirurgia

Chegou a Portugal um novo procedimento não invasivo que utiliza a carboxiterapia, já utilizada no rosto, para rejuvenescer a zona da vulva e da vagina. Pode ser aplicada isoladamente ou como complemento de algumas cirurgias de rejuvenescimento íntimo. «Os resultados são muito eficazes, sobretudo nas situações pós-parto, permitindo a regeneração dos tecidos da vulva e a recuperação da tonicidade muscular da vagina», diz Biscaia Fraga.

«Depois da menopausa, trava a flacidez dos tecidos, contribuindo para aumentar a autoestima da mulher e para uma vida sexual saudável», refere o cirurgião plástico, que explica como funciona o processo. «Através de uma agulha muito fina, é aplicado dióxido de carbono (aquecido) na derme ou na região subcutânea da vulva ou da vagina», sublinha.

«As quantidades mais elevadas de dióxido de carbono provocam um aumento da produção de oxigénio naquela zona da pele, promovendo o rejuvenescimento dos tecidos», refere ainda. São realizadas, no mínimo, seis sessões, uma de três em três semanas. Cada sessão demora 30 minutos e tem o custo de 80 €.

Este tratamento vai melhorar a textura da pele da vulva, devolvendo a firmeza e promovendo a estimulação do clitóris. «Regenera, ainda, a mucosa vaginal, tratando problemas como irritação e secura vaginal, e diminui o volume da região púbica, destruindo a gordura acumulada nesta zona», acrescenta Biscaia Fraga.

Texto: Sofia Santos Cardoso com Biscaia Fraga (cirurgião plástico na Clínica Biscaia Fraga) e Luísa Magalhães Ramos (cirurgiã plástica na Clínica Luísa Magalhães Ramos – Cirurgia Plástica)