A exposição aos raios UV é o principal fator de envelhecimento cutâneo. Opte por uma fórmula que ofereça proteção solar e contenha duas ou mais substâncias ativas anti-envelhecimento. O seu efeito complementar é mais vantajoso. «Para prevenir e retardar o envelhecimento da pele, é aconselhável que o creme antirrugas integre os cuidados de beleza a partir dos 25 anos», indica Miguel Trincheiras, dermatologista. Segundo o especialista, embora este tipo de cosmético não elimine as rugas instaladas, «permite disfarçar ou retardar o seu aparecimento e a sua aparência pode ser melhorada consideravelmente».

Um creme deste género «deve oferecer hidratação e protecção contra a radiação solar, o principal fator de envelhecimento cutâneo», sublinha o médico. «Além disso, deve conter substâncias que permitam regular a pigmentação facial e, eventualmente, elementos suavizantes e refrescantes associados», acrescenta ainda o dermatologista.

3 aspetos a ter em conta quando adquire um creme antirrugas:

1. Preço

O creme mais caro nem sempre é o mais eficaz. Tudo depende dos ingredientes e de como a pele reage à ação da fórmula. Segundo Miguel Trincheiras, o preço médio de um antirrugas eficiente «situa-se entre os 30 e os 60 euros».

2. Ingredientes

Opte por fórmulas com «péptidos biomiméticos, DMAE, ácido hialurónico não-reticulado, antioxidantes, matrixyl e/ou retinóides. A vitamina C, com o calor e a radiação UV, pode tornar-se instável e perder as qualidades», adverte o especialista.

3. Embalagem

Prefira com doseador. «Evita o contacto do creme com o meio ambiente, impedindo a oxidação rápida de alguns constituintes. Também evita a contaminação pelas mãos», refere Miguel Trincheiras.

Veja na página seguinte: Como escolher o creme antirrugas mais indicado

Como escolher o creme antirrugas mais indicado:

- Ação

Os antirrugas devem ter várias ações e ser escolhidos consoante o tipo de pele e o efeito pretendido. «Destacam-se a ação hidratante e suavizante, uma textura adequada ao tipo de pele (mais oleosa ou mais seca). O efeito tensor ou de preenchimento e o efeito regulador e iluminador da tez», refere o médico.

- Tipo de pele

Se é oleosa, «escolha texturas mais ligeiras, não comedogénicas. Se é seca, opte por texturas ricas e hidratantes. Se é sensível, o ideal são texturas ligeiras e suavizantes, sem elementos potencialmente irritativos ou sensibilizantes, como parabenos. Peles mais maduras e secas necessitam de produtos mais «ricos e nutritivos, com péptidos biomiméticos e derivados retinóides», diz Miguel Trincheiras.

- Perfume

Deve ser evitado por peles sensíveis e reativas. Se for o seu caso, prefira «cremes sem fragrância, que pode ser fonte de irritação», aconselha o especialista.

- Proteção solar

Opte por cremes com este benefício. «Um fator de proteção solar 15 ou 30 é suficiente. Cosmeticamente é mais agradável aplicar um só creme do que aplicar um de proteção solar depois de um antirrugas. Poupa tempo e dinheiro e a eficácia é a mesma», assegura o especialista.

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Qual o melhor local para comprar o antirrugas?

A resposta depende do acondicionamento dos produtos. «É importante tentar perceber se o armazenamento é feito em boas condições de humidade e, sobretudo, de calor, porque pode alterar as características organolépticas da fórmula. São preferíveis as farmácias e perfumarias, com tradição nesta área», refere Miguel Trincheiras.

Quantas vezes por dia deve ser aplicado?

«Duas, de manhã e à noite, com a pele limpa e tonificada», esclarece o especialista.

Podemos usar o antirrugas simultaneamente com outros cosméticos de marcas diferentes?

«É uma mais-valia usar uma gama completa, em vez de produtos dispersos de diferentes gamas e/ou marcas. Os produtos da mesma gama são, muitas vezes, estudados para serem perfeitamente compatíveis e complementares. Em algumas situações, poderá ser conveniente usar produtos de gamas diferentes em função de condições particulares, nomeadamente em termos de pigmentação ou rosácea, entre outros», afirma o médico.

Os cosméticos biológicos antirrugas são eficazes?

A resposta é afirmativa. «Sim. Hoje existe um grande número de moléculas e substratos biológicos (animais e vegetais sobretudo) com acentuada ação biológica nos tecidos cutâneos, cada vez mais aplicados a este campo da dermocosmetologia e com eficácia. O grande desafio é conseguir fazer chegar essas moléculas onde elas são necessárias, ou seja, à derme, tentando fazer uso de moléculas de pequena dimensão», elucida Miguel Trincheiras.

Que tipo de resultados podemos esperar?

«Os resultados costumam ser visíveis ao fim de quatro a seis semanas. Contudo as expetativas não devem ser orientadas para a correção de rugas instituídas, mas para uma melhoria global da textura cutânea e para a prevenção do aparecimento ou agravamento das rugas já existentes. Estes cremes devem, pois, ser utilizados por quem não as tem ainda, para atrasar o seu aparecimento e suavizar rídulas superficiais. As rugas já instaladas implicam outro tipo de técnicas, como materiais de preenchimento (ácido hialurónico) e a toxina botulínica», diz ainda.

Texto: Stela Martins com Miguel Trincheiras (médico dermatologista especialista em laser e dermocosmética)