Transpirar é um mecanismo natural do organismo. Dependendo da predisposição genética e de fatores externos, como a temperatura ambiente, todos nós transpiramos, em menor ou maior quantidade. «A transpiração é o resultado do funcionamento das nossas glândulas sudoríparas, que produzem o suor com vista ao reequilíbrio da temperatura corporal», explica a dermatologista Leonor Girão.

Existem inúmeras fórmulas que ajudam a combater este mecanismo, permitindo não só evitar o odor desagradável da transpiração, como reduzir a própria produção de suor. Distinguem-se, essencialmente, pelo perfume e modo de aplicação, mas também pela sua forma de atuação e eficácia. Veja também as soluções para um suor descontrolado, um problema que afeta milhares de pessoas.

Desodorizantes ou antitranspirante?

Apesar de apresentação e aplicação idênticas, têm funções diferentes. «Enquanto os desodorizantes evitam a proliferação bacteriana, controlando o odor desagradável da transpiração, os antitranspirantes são mais completos, pois perfumam a pele, têm sais de alumínio, que contraem os poros, e limitam a segregação de suor», explica a dermatologista.

Estas fórmulas são as mais eficazes, contra a transpiração intensa, como no caso dos homens e desportistas. Contudo, são também as mais suscetíveis de causar irritações e alergias, especialmente em peles sensíveis. Já existem fórmulas que têm menor concentração desta substância e que são indicadas para os casos de transpiração leve ou média.

As fórmulas biológicas

São a melhor opção para as peles mais sensíveis. «São mais naturais porque não têm os sais de alumínio que podem provocar irritações e/ou alergias», esclarece Leonor Girão. Estão também indicadas para peles que façam alergia aos sais de alumínio dos antitranspirantes tradicionais, e podem ser uma boa opção na puberdade. O mesmo não se aplica em casos de transpiração intensa, em que «estas fórmulas estão longe de ser eficazes».

 Spray, roll-on ou creme?

O formato e a aplicação diferem, mas a composição é a mesma. O spray e o creme podem ser mais versáteis, uma vez que podem ser aplicados em diferentes zonas do corpo, como as axilas e os pés. Têm também a vantagem de poder ser utilizados por toda a família, pois não entram em contacto com a pele.

Já o roll-on é o formato ideal para as axilas, ao permitir espalhar o produto de forma uniforme pela pele. No entanto, só pode ser utilizado por uma pessoa, pois, ao entrar em contacto direto com a pele, transporta bactérias (patogénicas ou não).

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Há risco de cancro da mama nos sais de alumínio nos desodorizantes?

A possível relação entre os sais de alumínio presentes nos desodorizantes e antitranspirantes e o desenvolvimento do cancro da mama não foi provada. Segundo o National Cancer Institute, nos EUA, não existe evidência conclusiva que relacione o uso destes produtos com o desenvolvimento de cancro da mama. A dermatologista Leonor Girão também afirma que «não há nenhuma relação estatisticamente significativa que comprove esta relação».

Contra a transpiração será o botox solução

As infiltrações de botox (toxina botulínica) podem ser a solução para as pessoas que sofrem de hiperidrose (excesso de transpiração). Esta técnica consiste na administração de várias injeções na pele da zona a tratar, normalmente as axilas.

«O botox diminui temporariamente a produção do suor e requer uma reaplicação ao fim de cada seis meses», explica a dermatologista Leonor Girão. O custo por sessão ronda, em média, os 400 €. Um valor que varia em função da clínica selecionada e/ou do profissional contratado.

4 regras que deve (mesmo) seguir

1. A pele deve estar limpa. Aplique o desodorizante ou o antitranspirante depois do banho.

2. Só deve reaplicar o produto, ao longo do dia, nos dias em que pratica exercício físico. Nestes casos, também deverá ser aplicado após o duche.

3. Evite aplicar à noite, antes de dormir, mesmo após o banho. O uso continuado pode causar irritações cutâneas ou alergias. À noite, depois do banho, «basta usar um creme hidratante para compensar a pele», aconselha Leonor Girão, médica dermatologista.

4. Evite aplicar após a depilação. «A pele, além de estar sensibilizada, pode ter microtraumatismos e/ou lesões que aumentam o risco de irritação», descreve a médica dermatologista.

Texto: Sofia Santos Cardoso com Leonor Girão (médica dermatologista na Clínica Dermatologia do Areeiro)