São cada vez mais frequentes e afectam cada vez mais pessoas. As manchas converteram-se num problema que ataca uma em cada três mulheres com mais de 35 anos e que
surge cada vez mais cedo.

O motivo? Por um lado, as radiações solares são cada vez mais intensas
e, por outro, apesar dos avisos permanentes sobre os malefícios da exposição solar excessiva,
persiste a cultura do bronze.

Essa cultura leva-nos, muitas vezes, a associar o tom moreno a uma boa imagem. Existem, no entanto, alguns tratamentos que disfarçam as manchas
e podem mesmo apagá-las. Confira as opiniões dos especialistas:

Lentigos solares

Tratam-se de manchas definidas, localizadas com uma tonalidade próxima do castanho escuro que surgem nas zonas da pele com maior exposição solar. A dermatologista Alexandra Osório assegura que os
«peelings de ácido retinóico, ácido salicílio e tricloroacético
apresentam bons resultados» no tratamento
deste tipo de manchas. «Proporcionam a esfoliação
(descamação) da pele, expulsando o pigmento das camadas
superiores».

Já o especialista António Picoto
refere que a maioria dos tratamentos não são simples
e requerem alguns testes prévios. Ainda assim refere
que este tipo de manchas pode ser tratado com criocirurgia,
peelings e alguns tipos de laser.

Melasma

São manchas associadas às alterações hormonais na mulher e que é potenciada pela exposição ao sol. Localiza-se, regra geral, no lábio superior, maçam do rostou ou queixo e, por vezes, nos membros superiores. Este tipo de manchas são mais difícil de eliminar.

Ainda assim, se a
sua origem for meramente hormonal, como no caso
da gravidez ou da toma de anticoncepcionas orais, as
manchas deverão desaparecer se deixar de os tomar
ou no fim do tempo de gestação. De qualquer forma, a
aplicação de um «peeling específico com vários despigmentantes
» pode, segundo Alexandra Osório, reduzir
a visibilidade do melasma.

A hidroquinona

É uma substância com uma forte acção aclaradora, impedindo
a produção de melanina. A sua aplicação em
creme a 4 por cento «mostra alguma eficácia quando acompanhada
de outras terapêuticas», refere o especialista António
Picoto. Já segundo Alexandra Osório, «deixa a pele
mais luminosa e bonita». Está disponível apenas com
receita médica visto que, «embora seja bem tolerada,
em alguns casos pode provocar irritações cutâneas ou
alergias».

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irritação

Para além disso, «quando o seu uso é muito intensivo
e prolongado pode provocar ocronose que é um
distúrbio da pigmentação muito grave e sem solução»,
explica António Picoto.

Alexandra Osório acrescenta,
por isso, que «é essencial testar antes o produto (aplicar
numa zona reduzida da pele, na mancha, ou perto dela,
e aguardar 24 horas)».

«O tratamento deve ser suspenso
caso ocorram coceira, inflamação excessiva ou formação
de bolhas», sublinha este especialista.

Manchas de cicatrização, dermatite de contacto ou de
irritação

São normalmente castanhas e de contornos irregulares.
Resultam de uma reacção alérgica à exposição
da pele ao sol quando foi aplicado um perfume ou creme
momentos antes. Surgem também da limpeza excessiva
da pele, dermatite atópica ou cicatrizes de acne.

Dermatite seborreica

Assume a forma de manchas
avermelhadas. «Podem ocorrer por descompensação da
pele devido ao stress, ao calor ou ao uso inadequado de
alguns cosméticos», refere Alexandra Osório. São descamativas,
rosadas e localizam-se à volta do nariz, na testa
ou atrás das orelhas.

Sardas

São manchas congénitas que surgem por volta
dos 3 anos de idade e que, por vezes, aclaram depois dos
30 anos. São mais comuns em pessoas ruivas de pele muito
clara. O seu tratamento é totalmente desaconselhado
pelo dermatologista António Picoto.

Texto: Ana Catarina Alberto
Foto: Lancaster