«Beba muita água», «Comece o dia com ovos», «Coma devagar», «Não vá ao McDonald’s», «Faça exercício físico», «Durma mais», «Não durma demais», «Passeie o seu cão», «Utilize as escadas»… Quando nada disto funciona e o ponteiro da balança continua a subir, a lipoaspiração também não vai funcionar. É que a cirurgia plástica com mais sucesso no mundo inteiro não surgiu para resolver problemas de peso, mas de gordura a mais, o que é diferente. A lipoaspiração é utilizada para retirar acumulação de gordura localizada em determinadas regiões do organismo.

Molda o corpo e aperfeiçoa as formas, mas não reduz necessariamente o peso. Ao contrário do que se pensa, é uma cirurgia feita para pessoas de peso normal ou com um pouco de peso a mais, que querem apenas remover um pouco de gordura localizada que teima em ficar. Quando enfrentamos um caso de obesidade, a lipoaspiração deixa de ser uma cirurgia simples. Numa situação ideal, a lipoaspiração dura entre uma e quatro horas e é feita com anestesia local em ambulatório, sendo que o paciente pode voltar a trabalhar em menos de uma semana.

Contudo, não vai acordar com o corpo perfeito. Dores e inchaços são comuns durante algum tempo e o resultado final, muitas vezes, só é visível seis meses após a intervenção cirúrgica. E desenganem-se aqueles que acreditam que a lipoaspiração é um nome exclusivamente feminino. Os preciosismos gramaticais nada podem contra as estatísticas. Há cada vez mais homens a recorrer à lipoaspiração. Geralmente, desejam reduzir a gordura excessiva nos lados da barriga, à volta da cintura, peito e por baixo do queixo.

A aparência física preocupa cada vez mais homens e mulheres, que «bebem muita água», «não vão ao McDonald’s», «fazem exercício físico» e por aí fora devem continuar a fazê-lo, uma vez que estas continuam a ser algumas das formas mais simples e económicas de se livrar das gorduras que tanto incomodam. Contudo, se se cansarem de lutar contra gorduras teimosas, podem, em último caso, recorrer a um bom cirurgião plástico. Ele nunca se cansa.

Texto: Hélder Silvestre (cirurgião plástico)