Yves Vicent, um veterinário francês, foi alvo de notícia pois, ao fim de cinco anos, inventou o primeiro sistema de depilação a laser caseiro, fácil e prático de usar.

Na altura, o aparelho, denominado E-one, inicialmente à venda apenas em França, pesava cinco quilos, custava cerca de 1.350 euros e permitia remover os pelos de forma
semi-permanente.

Graças à emissão de um flash de luz regular e homogénea, este aparelho atua tanto em peles claras como em peles mais escuras. Se as vendas em França forem bem sucedidas, referia aquando do lançamento, o produto seria lançado, numa primeira fase, nos principais mercados europeus. Mas não precisa de usar este aparelho em concreto para se depilar. Já encontra por cá encontra muitas outras alternativas.

Creme depilatório

Aplica-se sobre a zona a depilar, deixa-se o creme actuar durante alguns minutos e procede-se à remoção do produto e dos pelos com uma espátula e água. O processo não interfere na raiz, destruindo o pêlo que estava à superfície da pele.

«Faz parte dos métodos de depilação não definitiva, pois não há qualquer destruição ao nível do folículo piloso, daí que o pelo volte a nascer», explica Manuela Cochito, dermatologista. Os pelos não se revelam durante uma ou duas semanas.

Este método é mais indicado para a parte inferior das pernas, por ser menos sensível. Apesar de ser seguro, não deixa de ter algumas contraindicações. «As pessoas que têm uma pele muito sensível têm reações de irritação, pelo que se deve ter o cuidado de fazer um teste na parte interna do braço para saber como irá reagir ao creme depilatório, sobretudo quando se pretende aplicá-lo no rosto», recomenda a dermatologista.

Lâmina

Cortam-se os pelos sem atingir a raiz, com rapidez e eficácia. «Existe o mito de que o uso da lâmina faz com que o pêlo engrosse. Apenas fica transitoriamente mais grosso àsuperfície, por ser cortado transversalmente, pois o pêlo natural acaba em cone. A raiz permanece idêntica, não sabe como é que o pelo foi cortado», esclarece.

Os pelos desaparecem durante uma ou duas semanas. Este método é sobretudo indicado para as pernas e axilas, porque a pele é menos sensível do que a do rosto e das virilhas. No entanto, de acordo com a dermatologista, «não se pode usar este método em peles sensibilizadas ou doentes ou com algum tipo de eczema ou ferida», adverte.

Cera

É outro método não definitivo. A cera aquecida é aplicada na zona a depilar e, quando se puxa, os pelos são arrancados. «Há pessoas que sofrem de foliculite, borbulhinhas na zona do buço e virilhas. Trata-se de uma foliculite irritativa que provoca um processo inf lamatório, mas passa rapidamente», refere a dermatologista.

Os resultados são mais duradouros do que com os outros métodos depilatórios de curta duração, mantendo-se três ou quatro semanas. A cera utiliza-se nos pelos do rosto e do corpo com resultados idênticos. «Não pode ser aplicada muito quente nem repetidas muitas vezes sobre a mesma zona de modo a evitar queimaduras ou esfolamentos», alerta, contudo, a médica.

Eletrólise

O pelo é destruído por uma «descarga eléctrica que se faz através de uma agulha que penetra no folículo», explica Manuela Cochito. Como se trata de um método de depilação de longo prazo, os pelos podem não voltar a surgir, após várias aplicações no mesmo folículo.

Aplica-se, sobretudo, «no pelo branco, muito loiro ou ruivo, muito fino», explica a especialista. «Numa alta percentagem de casos, deixa pequenas cicatrizes punctiformes no rosto e nas virilhas», avisa, no entanto, a dermatologista, pelo que não deve ser utilizado em peles mais reativas.

Laser

Esta depilação de longo prazo utiliza uma luz coerente, com comprimentos de onda muito específicos, ideais para atingir o pelo na raiz, quando o seu ciclo de vida o permite. «A sua maior eficácia resulta do facto de ser uma luz coerente. Aquece o alvo, danificando-o, sem afectar as estruturas em volta. É um processo muito seletivo», descreve a especialista.

Os pelos são progressivamente eliminados e os resultados são definitivos com alguns lasers, sendo necessários cerca de cinco tratamentos. Este método é indicado para axilas, virilhas e pernas, pois o pelo do corpo é normalmente mais grosso e escuro e isso favorece a ação do laser.

É menos eficaz em pêlos muito claros ou finos ou quando a pele está bronzeada ou é escura. «Quanto maior for o contraste entre o pelo e a pele melhor o laser capta o alvo e mais eficaz é, o que implica menos sessões», explica Manuela Cochito.

Luz intensa pulsada

«Ao contrário do laser, é uma luz não-coerente (como um flash que dispara em todas as direcções) e esse seu largo espectro de actuação condiciona menor selectividade e mais danos colaterais», compara a médica. O objetivo é eliminar o pelo pela raiz.

Os pelos são progressivamente destruídos, renascendo com duração variável, consoante o aparelho. O contraste entre os tons da pele e do pelo favorece o tratamento, o que torna os pelos do corpo mais simples de eliminar. «Estas luzes são mais perigosas do ponto de vista da queimadura por serem menos seletivas», alerta, todavia, a especialista.

Pele lisa e suave

No que toca à depilação com cera, deve ter os seguintes cuidados:

- Exija sempre cera descartável, de modo a evitar doenças, como o papiloma vírus humano.

- Não depile zonas em que a pele apresente um pequeno corte, inflamação ou infeção.

- Não vá para a praia no dia da depilação, pois a pele está demasiado sensilbilizada por ter perdido a sua camada superficial.

«Os tratamentos de depilação com laser são feitos antes de se frequentar a praia a pele não pode ir bronzeada para não se aproximar da cor do pelo, pois o laser precisa do contraste. Dois dias após o tratamento já pode bronzear-se», esclarece ainda a dermatologista.

Texto: Maria Silva com Manuela Cochito (dermatologista)