Entra numa parafarmácia, vai em direção à zona dos protetores solares e fica, como diz a expressão popular, como um boi a olhar para um palácio? Nos últimos anos, as fórmulas evoluíram. Tornaram-se mais eficezes mas também mais complexas, com componentes que nem sempre conhecemos, o que dificulta a escolha. «Um bom protetor solar é aquele que protege a pele dos UVB e UVA, devendo-se utilizar cerca de 20 gramas de produto para este ser eficaz», começa por explicar Orlando Martins. Segundo o dermatologista, «os protetores solares mais eficazes são aqueles que contêm compostos orgânicos que absorvem os ultravioletas e bloqueadores minerais ou físicos (óxido de zinco, por exemplo) que refletem a luz».

É preciso ter em atenção que os autobronzeadores não protegem da exposição solar ainda que a sua aplicação só seja prejudicial para quem é alérgico ao produto. «Os autobronzeadores provocam uma reação química na camada mais externa da pele (camada córnea) escurecendo-a. Não produzem melanina, que é o que dá cor a pele. No fundo, só pintam a camada córnea», esclarece Orlando Martins. Além de protetores com fator de proteção solar (FPS) 50 ou 50+ deve privilegiar produtos com filtros químicos e filtros físicos, também chamados de protetores minerais.

Os perigos do sol para a pele

Com o tempo, a pele acumula danos causados pelo sol, o que pode originar problemas cutâneos sérios. E o mais grave de todos? «O melanoma, embora possam surgir outros tumores menos agressivos tais como carcinoma espino-celular e carcinoma baso-celular», indica o dermatologista. Detetado a tempo, tem uma alta probabilidade de cura mas quando diagnosticado tarde, a percentagem é bastante menor. Em Portugal, surgem anualmente cerca de 700 novos casos deste cancro de pele.

«Os principais fatores de risco do melanoma são a pele clara, a exposição exagerada ao sol e também há a considerar os fatores genéticos», explica Orlando Martins. O ideal é que esteja bem protegido e que seja exigente nos horários em que decide expor-se ao sol. E uma das dúvidas mais frequente é, precisamente, saber quais são os protetores mais adequados. Para saber os cuidados preventivos que deve ter, clique aqui.

O que é o fator de proteção solar?

A sigla FPS indica o fator de proteção solar, um número que expressa o múltiplo de tempo que se pode expor ao sol sem se queimar, aquilo a que se costuma chamar escaldão. Quanto mais alto for o índice de proteção, maior será a proteção contra os UVB (raios que provocam queimadura). Como refere Orlando Martins, «a efetividade do FPS depende do tipo de pele, da quantidade a aplicar e da frequência da aplicação».

«Quanto mais clara for a pele, mais alto deverá ser o FPS. O índice aconselhável [para peles morenas] é FPS 30+, sendo o ideal aquele que proteja também dos UVA», refere ainda o dermatologista. Se tem dúvidas em relação à sua pele, teste o seu capital solar.

Texto: Cláudia Pinto com Orlando Martins (dermatologista)