Segurança acima de tudo tem sido uma das preocupações constantes. Desde que se começou a fazer cirurgia de aumento de peito, habitualmente apelidada de mamoplastia de aumento, os materiais e o tipo de próteses não têm parado de evoluir, com vista não só à obtenção de melhores resultados estéticos mas, sobretudo, em defesa da segurança e saúde das doentes. Até porque a polémica do silicone ainda está bem presente. Na década de 1990, sobretudo nos EUA, desencadeou-se uma discussão em torno dos implantes de silicone existentes na altura.

«Por haver a possibilidade de migração de micro-partículas do gel de silicone através da parede da prótese, que se alojariam no organismo, causando algumas doenças sistémicas potencialmente graves», explica o cirurgião plástico João Baptista Fernandes. Nessa altura, foram desenvolvidas algumas alternativas ao silicone, adoptando «a inclusão de diferentes substâncias no interior das próteses, caso do soro salino, soja, hidrogel e ainda as próteses com dupla parede», assinala o cirurgião plástico.

No entanto, estas caíram praticamente em desuso, com o aparecimento do gel de silicone coesivo, que «mesmo em caso de ruptura da prótese, não se desloca nem migra no organismo e substitui com vantagem todos os outros materiais por ser o que mais se assemelha ao peito natural», assegura ainda João Baptista Fernandes.

Prevenir as ruturas

«As próteses atuais são muito resistentes e a possibilidade de ruptura é mínima, não havendo qualquer necessidade de cuidados especiais ou limitação de actividades», assegura João Baptista Fernandes. As próteses estão envoltas em quatro camadas. É muito difícil que se rompam todas e mesmo que uma se rompesse (ruptura intracapsular) não notaria nada. Caso se produzisse uma rotura total, devido a fortes pancadas, por exemplo, dar-se-ia imediatamente conta pela mudança de consistência numa das mamas.

De qualquer forma, «o risco é nulo, no caso de se tratar de próteses de gel coesivo, uma vez que este se mantém no local», explica o cirurgião plástico. Em caso de suspeita de ruptura, deve-se confirmar a ruptura, normalmente através de ecografia, e proceder à substituição da prótese danificada.