Muitas horas ao sol e ao vento e em contacto com a areia, banhos revigorantes na praia e na piscina, mais horas com amigos que fumam, uma maior predisposição para o álcool e noites que acabam por ser menos descansadas. Nos meses de verão, mais do que noutras estações do ano, a sua epiderme é posta à prova. Para a defender, modere a exposição solar e beba muita água para a hidratar convenientemente e nutra-a com um creme antes de se deitar, sempre depois de a limpar.

Apanhar sol tem vantagens e desvantagens, pelo que jamais lhe diremos que deixe de se expor à sua radiação, a não ser por contraindicação médica. Todavia, deve sempre fazê-lo respeitando a regra de proteger e, depois, acalmar a pele com um produto específico para depois do sol (after-sun) porque, para preservar a saúde e beleza cutânea, a reparação é tão importante como a sua proteção.

Evitar o tabaco e o fumo passivo, um dos principais agressores externos da epiderme, é outro dos cuidados a ter, assim como dormir o suficiente para descansar corpo e mente, fragilizando-a e tornando-a mais vulnerável a uma exposição solar excessiva, ao sal do mar e ao cloro das piscinas. Para evitar acordar com papos nos olhos, o ideal é repartir as bebidas que ingere ao longo do dia e não as concentrar à noite, como muita gente tende a fazer.

O perigo das insolações

A radiação solar provoca alterações na estrutura da pele, afetando-a não só estética como funcionalmente. «A nível celular pode provocar alterações na replicação das células com aparecimento de cancro cutâneo. E, a nível da epiderme e derme (camadas superficiais e profundas da pele), provoca espessamento cutâneo, secura, descamação e aumento de produção de pigmento (a melanina) responsável pelo tom escurecido e bronzeado da pele», explica Leonor Girão.

Para além disso, «quando a exposição à radiação solar é intensa e súbita, provoca o aparecimento de queimadura cutânea, que vai do vulgar escaldão à queimadura de segundo grau com bolhas», sublinha a dermatologista. «Quando a exposição é crónica, provoca envelhecimento cutâneo», acrescenta ainda a especialista. Para o combater, existem soluções naturais a que pode recorrer:

1. Água

Para não desidratar, é essencial beber muita água. Nos períodos de maior calor, há quem sugira a ingestão de água fresca para hidratar o organismo. Passar com uma garrafa de água gelada nas zonas do corpo mais quentes e tomar duches de água fria ao fim do dia são outras das soluções que muitos especialistas recomendam.

2. Aloé vera

É uma planta com reconhecidas propriedades calmantes. Aplique-a, imediatamente, em gel,em peles que tenham apanhado um pouco de sol a mais. Disponha uma camada generosa e deixe a epiderme absorver totalmente.

3. Melancia

Se apanhou um pouco de sol a mais, para travar a evolução para um escaldão ou para uma insolação, esfregue um pouco de melancia na zona mais afetada. Este fruto de verão, muito apreciado pelos portugueses, também tem propriedades hidratantes, refrescantes e calmantes.

4. Puré de batata

Saiba que a batata tem o poder de absorver o calor? Para evitar que este penetre na pele, pode cozer várias batatas, triturá-las e usar o puré obtido como creme na praia. Tem um efeito preventivo.

5. Leite

É um dos alimentos sempre à mão, pelo que pode facilmente recorrer a ele. Muitos especialistas defendem a sua utilização pelo seu poder hidratante. Depois de um dia de praia, embeba um pano suave neste líquido e passe-o sobre a pele.

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As substâncias mais comerciais a que (também) pode recorrer

Refrescar e acalmar a pele após um período de exposição solar alargado é imperativo, para a preservar e para evitar marcas. «Após a exposição ao sol, a pele está mais seca, espessada, envelhecida e com manchas», alerta a dermatologista Leonor Girão. Para ajudá-la a recuperar desses danos, se não é adepto de mezinhas, é fundamental que recorra a um bom creme pós-solar, rico em substâncias emolientes, reconhecidas pelo seu forte poder hidratante e calmante.

A especialista recomenda formulações com «manteiga de karité, óleos de onagra e vaselina e substâncias com propriedades regeneradoras, como o ácido lático e a ureia, por exemplo, que poderão ser complementadas, sobretudo no rosto, com substâncias antioxidantes (vitamina C e E, por exemplo)». A ação refrescante, proporcionada por alguns extratos vegetais e águas termais, outra sugestão, confere uma sensação de frescura na pele, logo durante a aplicação, que atenua o ardor.