O passar do tempo também faz estragos no cabelo. mas, tal como com a pele, pode abrandar esse envelhecimento com os cuidados certos.

À semelhança da epiderme, o cabelo também envelhece com o passar dos anos, tornando-se mais fino.

Na origem desse envelhecimento estão fatores intrínsecos, associados ao organismo.

Mas também fatores extrínsecos, relacionados com o ambiente envolvente, como ocorre com o tecido cutâneo. Miguel Trincheiras, dermatologista, explica-nos como é que tudo acontece e diz-lhe como manter o cabelo saudável. «À semelhança dos outros tecidos orgânicos, o cabelo também sofre alterações visuais, estruturais e funcionais ao longo dos anos», confirma o especialista.

Tal como o envelhecimento cutâneo, o «capilar inicia-se, na teoria, a partir do nascimento, embora só comece a ser notório a partir do final da adolescência e início da idade adulta», afirma Miguel Trincheiras. Mas como é que o envelhecimento capilar se processa? «As hastes capilares tendem a tornar-se mais finas com o passar dos anos e a densidade capilar a ser menor, de uma forma geral», realça o especialista.

Estas alterações, de acordo com o dermatologista, devem-se não só «ao próprio envelhecimento geral dos tecidos (intrínseco ou cronológico) e que advém de alterações metabólicas e hormonais e a erros cumulativos na replicação celular dos próprios tecidos, mas também às agressões externas a que estão submetidas as hastes capilares ao longo da vida (envelhecimento extrínseco), quer de origem física (estiramento, ondulação, alisamento e/ou radiação solar) ou química (colorações e poluição)».

A perda de pigmento dos cabelos, que se tornam brancos com o passar dos anos, insere-se neste mecanismo de envelhecimento multifatorial do cabelo mas, como explica Miguel Trincheiras, reflete apenas a cessação de produção de pigmento (melanina) das células pigmentares associadas aos folículos. Outro aspeto a ter em consideração é que «o cabelo também pode começar a cair em maior quantidade em alguns casos específicos e isso pode ser sinal de alopécia androgenética masculina e feminina».

«Esta está associada à miniaturização dos folículos nas áreas frontais e parietais do crânio, conduzindo à imagem típica da calvície que tende a ser completa no homem e parcial na mulher», refere ainda o especialista. Em qualquer dos casos, «depende da ação da testosterona sobre as células germinais do bolbo capilar», acrescenta.

No entanto, hoje em dia, já se consegue «agir de forma relativamente eficaz e evitar a progressão da calvície através de medicação, quer sistémica quer de aplicação local, que inibe a atuação da testosterona e promove um aporte signifi cativo de nutrientes e oxigenação local para a estimulação do metabolismo capilar», remata o dermatologista.

Fórmulas que rejuvenescem

Nas últimas décadas, surgiram no mercado produções com formulações que potenciam a regeneração capilar e que hidratam e protegem o couro cabeludo. Alguns podem mesmo agir sobre o fator de envelhecimento extrínseco. Os ingredientes naturais como a noz-de-grenoble, o óleo de sementes de cássis e os extratos de cavalinha e bétula são alguns dos elementos que, juntos ou combinados com outros, regeneram o cabelo, deixando-o mais resistente.

Máscaras e outros produtos enriquecidos com ómegas 6 que, associados às ceramidas, fortificam a estrutura interna da fibra, tornam também o cabelo mais denso. O mesmo sucede com complexos com ácido hialurónico ou com extratos de pérola negra, que também rejuvenescem e regeneram o cabelo maduro. A lista de ingrediente especiais inclui ainda o rooibos e a manteiga de karité.

5 cuidados antienvelhecimento

1. A lavagem do couro cabeludo não deve ser excessiva nem escassa e deve ser sempre feita com um champô adequado ao seu tipo de cabelo. Muitos especialistas, nacionais e internacionais, dizem que não deve lavar todos os dias o cabelo, mais do que os que defendem que não existe qualquer problema em fazê-lo todos os dias.

2. Hidrate regularmente a haste capilar com máscaras. Existem no mercado fórmulas patenteadas com formulações que garantem resultados eficazes.

3. Proteja os cabelos do sol com sprays capilares com protetor solar. Este não deve ser apenas um cuidado dos meses de verão, se bem que, nesses, a proteção deve ser reforçada, sobretudo nas horas de maior exposição solar.

4. Evite colorações com químicos agressivos, permanentes e alisamentos com agressões ao couro cabeludo e ao bolbo capilar. Se, ainda assim, não lhes resiste, dê posteriormente um descanso de quatro a seis semanas ao cabelo antes de uma nova coloração, permanente ou alisamento.

5. Não se esqueça dos cuidados gerais de saúde, tais como descanso suficiente, alimentação equilibrada e uma higiene de vida saudável (sem tabaco, stress e bebidas alcoólicas). Está comprovado que todos estes fatores influenciam a saúde e a beleza das suas hastes capilares.

Texto: Rita Caetano