Em 2015, duas mulheres indianas de religiões diferentes - hindu e muçulmana - deram à luz no mesmo dia, a 11 de março de 2015, no Hospital Civil de Mangaldai, em Assam, no noroeste da Índia.

Mulher de 42 anos dá à luz o vigésimo filho em Israel
Mulher de 42 anos dá à luz o vigésimo filho em Israel
Ver artigo

O pai de uma das crianças, Shahabuddin Ahmed, contou à BBC que levou a mulher, Salma Parbin, para a referida unidade de saúde às 6h00 do dia 11 de março de 2015 e que esta deu à luz um menino uma hora depois. Uma semana mais tarde, já em casa, Salma Parbin comentou com o marido sentir que aquele não era o seu filho. A mulher disse ainda recordar-se de ter visto uma mulher da tribo Bodo - de religião hindu - na sala de partos. Ou seja, Parbin suspeitou que teria havida uma troca de bebés, porque o seu bebé não se assemelhava em nada aos progenitores.

Um mês depois de ter pedido os registos de todos os nascimentos daquele dia, Shahabuddin Ahmed percebeu que sete mulheres tinham dado à luz  naquele hospital e que uma delas pertencia à tribo Bodo. Essa mulher também tinha dado à luz um menino com cerca de 3 quilogramas de peso.

Anil e Shewali Boro, o casal que afinal estava a criar o filho de Ahmed, nunca suspeitaram que o filho tivesse sido trocado, mas assim que as famílias se encontraram, as suspeitas desapareceram. "A primeira vez que o vi, percebi que ele se parecia com o pai. Fiquei muito triste e chorei. Nós somos da tribo Bodo, não somos como os outros povos muçulmanos. Somos diferentes, temos características da Mongólia", comentou Shewali Boro, citada pela BBC.

Bebés vão manter-se nas mesmas famílias

Apesar da família de Ahmed ter exigido a troca, a outra mãe não o quis fazer. Porém, a insistência de Ahmed levou-os a fazer testes de ADN que comprovaram que não havia correspondência genética entre os bebés e os supostos pais.

As autoridades investigaram e confirmaram as suspeitas, mas a mãe da tribo Bodo não quer devolver o filho que já se habituou à família que o criou. Por outro lado, a BBC escreve que a mulher de Ahmed também não se sente preparada para abdicar da criança que educou durante quase três anos.

Os dois meninos estão a ser criados em religiões e ambientes diferentes e teriam dificuldades em adaptar-se a uma nova família. "Uma criança é uma criança. Ele é um dom de Deus, não é hindu ou muçulmano", justifica Ahmed que relata à televisão britânica o acordo entre os casais: ambos optaram por deixar os meninos crescerem e escolherem a família com a qual querem viver.