Nestas idades, há viroses e sindromas gripais esporádicos. Mais frequente é a dor abdominal recorrente associada à obstipação.

Para além de cumprir o Plano Nacional de Vacinação, é importante realizar uma consulta anual no pediatra ou médico de família.

«Por vezes julga-se que a criança tem défices de atenção e problemas complexos quando, no fundo, se deve a uma alteração da visão ou audição. A partir dos cinco ou seis anos recomendo uma consulta preventiva no oftalmologista e uma consulta anual no dentista», aconselha Maria do Céu Machado, pediatra.

Eu faço

Por mais autónoma que a criança pareça, os pais devem manter-se vigilantes e ver se eles estão mesmo a tomar banho ou têm os dentes bem lavados. O mesmo se aplica a rotinas como a hora de ir para a cama.  Uma criança desta idade deve dormir entre nove a dez horas, mas «se acordar fresca e satisfeita, mesmo com menos horas de sono, é porque dormiu o suficiente.

Perigo na balança

É nesta idade que aumenta o risco de excesso de peso. A criança afirma a sua vontade. Não quer sopa e troca o pão e o leite ao pequeno-almoço por cereais ou croissant na escola. «Outro problema surge quando os pais substituem o leite normal por leite de crescimento, cujo excesso calórico causa aumento de peso», aponta a pediatra.

 

Fomentar bons hábitos alimentares e vigiar o peso é vital. Entre os cinco e os dez anos, «um índice de massa corporal entre 85 e 95 significa excesso de peso e, acima dos 95, obesidade. Nesta fase devem engordar dois quilos por ano e crescer seis centímetros aproximadamente», diz a especialista.

A escola

Deve explicar-lhe que vai para a escola, tal como os pais vão trabalhar, que fará amigos e que vai custar-lhe só no início. A adaptação depende também da autoconfiança, por isso, valorize as qualidades do seu filho.

Chama-se a isto reforço positivo. Caso ocorra algo que desagrade à criança, ajude-a a compreender através de uma história «com personagens e enredo parecidos para que se identifique. Deve acabar bem e transmitir confiança», sugere.

Ação extra-curricular

Segundo a pediatra, «a partir dos cinco ou seis anos, a criança deve fazer uma atividade extracurricular (no máximo duas)». Na escolha tenha em conta, além do gosto da criança, os seus benefícios.

«Há atividades que ajudam na concentração, como aprender um instrumento musical ou praticar karaté e judo», exemplifica. A natação é outra boa escolha:

«Aos quatro ou cinco anos começa a conseguir nadar e até aos dez desenvolve competências. É adequada para quem tenha asma. O ballet favorece a postura. Para crianças menos sociáveis é positivo um desporto em equipa, como o basquetebol, aos nove anos».

Disciplina

Uma criança sente-se segura quando tem limites, por isso, aposte num sólido manual de conduta. «As regras nunca devem ser muitas mas as que existem são para cumprir» salienta a especialista.

Esta é a fase ideal para a negociação, usando situações que a criança perceba. Em caso de castigo, ir para o quarto por cinco ou seis minutos pode ser suficiente. Aqui o lema é afeto e firmeza.

Gente grande?

A criança está mais participativa na vida familiar e social, mas ainda é uma criança. «Não deve ser tratada como adulto nem como bebé, apenas como um ser inteligente», afirma a pediatra.

Os pais, devem assumir o seu papel e não cair no erro de «explicar tudo como se ela fosse um adulto pequeno». Convém ainda lembrar que as reações do seu filho refletem o que vê, por isso, cuidado com as conversas diante dele, a partir dos cinco anos, sublinha ainda.

Em família

Às refeições, incentive o seu filho a contar o que fez na escola. Ele aprecia participar na conversa dos crescidos e, além disso, assim porta-se melhor à mesa. Ao fim de semana, saia do sofá e organize atividades dinâmicas, de preferência ao ar livre.

Texto: Manuela Vasconcelos